Galiza padeceu umha bateria de agressons por parte de Espanha e a Uniom Europeia saldadas no endurecimento do atraso e o empobrecimento da Naçom, no reforço dos mecanismos e das nefastas conseqüências da opressom nacional.
Setores estratégicos da economia nacional fôrom absorvidos por capital estrangeiro e NGB -a nau insígnia do sistema financeiro galego-, entregue a preço de saldo a um banco venezuelano como paradigma do descarnado saqueio espanhol.
Sob a falsa justificaçom da austeridade, o projeto imperialista espanhol acelerou a sua estratégia assimilacionista contra a nossa Pátria.
As mulheres galegas padecêrom com maior rigor as políticas neoliberais de Feijó e Rajói, os ditames da troika, assim como a folha de rota integrista e reacionária do PP. Em 2013 assistimos a um reforço do patriarcado com a perda de dúzias de milhares de postos de trabalho, de ajudas e serviços sociais, que reforçam e perpetuam os roles da opressom, exploraçom e dominaçom machista. A lei do aborto do ministro Gallardón é a mais nítida expressom da declaraçom de guerra do PP aos direitos das mulheres.
2013 foi novamente um ano duro para as camadas populares, para a classe trabalhadora, para as pessoas idosas e reformadas, para as mulheres e a juventude.
Incrementou o desemprego, a emigraçom, a pobreza, a miséria, a exclusom social e o custo da vida. Pagamos mais impostos e ganhamos menos, enquanto todo está mais caro: alimentaçom, eletricidade, água, transporte, combustível, …
Baixárom as pensons e os salários, avançou o processo de privatizaçom da educaçom e a saúde.
O nosso idioma e cultura nacional retrocedêrom na maré espanholista promovida polo corrupto regime bourbónico.
A repressom policial, a intoxicaçom mediática e criminalizaçom da esquerda independentista e os movimentos sociais mais combativos, acompanhárom esta ofensiva neoliberal e fascista.
A Galiza continuou dessangrando-se, perdendo populaçom, envelhecendo, sob umha crise demográfica que adota formas de genocídio derivado da dependência nacional que padecemos.
O machismo matou quatro mulheres: Helena, Fátima, Elisa e Maria Isabel, em Lugo, Verim, Cabanas e Marim, o capitalismo expulsou das suas casas a dúzias de famílias, cerca de 300.000 galegas e galegos continuam sem emprego, mais de 15.000 compatriotas –principalmente jovens–, tivérom que abandonar o País na procura do futuro que o capitalismo espanhol lhes nega na sua Pátria.
O acidente de comboio de Angrois e a sentença absolutória das autoridades espanholas polas responsabilidades na catástrofe do Prestige cenificam o desprezo de Madrid pola Naçom galega e as perto de três milhons de galegas e galegos.
Rebeliom popular para rutura democrática e processo constituinte galego
Mas também, sem arrastar-nos por injustificados triunfalismos nem maquilhados conformismos, queremos manifestar que só a luita organizada e unitária do povo galego poderá alterar o futuro que nos quer impor Espanha, o Capital e o Patriarcado.
Perante as ocas promessas discursivas, as retóricas esteticamente atrativas mas realmente ineficazes, 2013 confirmou novamente que a realidade dos centros de trabalho e ensino, das mobilizaçons nas ruas, constatam que as mudanças nom emergerám de estratégias essencialmente eleitorais, e sim da convergência dos combates populares numha estratégia permanente e encadeada de luita.
A vitória na greve da estaçom de Nostiám ou contra a mina de Corcoesto som dous claros exemplos que confirmam como a luita perseverante e unitária logra vitórias.
Mudar a adversa realidade e as tendências em curso dependerá basicamente da capacidade do povo trabalhador galego de alterar os planos que nos tem desenhado a burguesia e o espanholismo.
A auto-organizaçom nacional, obreira e popular, a unidade de açom das forças políticas e sociais patrióticas, a radicalizaçom dos movimentos sociais, a sua confluência sob um programa integrador, serám determinantes para frenar as agressons e sentar as bases para o sucesso da imprescindível rutura democrática fruto da rebeliom popular.
O processo aberto com a manifestaçom unitária da esquerda independentista e soberanista de 3 de março, a unidade de açom das organizaçons juvenis e estudantis patrióticas cenificada na manifestaçom de 24 de julho, a constituiçom de Galiza pola Soberania (GPS), som emergentes e novidosos elementos positivos, que cumpre consolidar e desenvolver.
A Galiza tem que acumular forças para iniciar um processo constituinte que nos afaste do neoliberalismo, da dependência e do patriarcado. O povo galego tem que superar a resignaçom e apostar pola conquista da soberania e independência nacional sem a qual nom é viável ensaiar a construçom de umha nova sociedade de mulheres e homens livres e emancipados.
Mas simultaneamente os setores mais avançados da classe trabalhadora, das mulheres e da juventude tenhem que fortalecer a construçom da alternativa revolucionária que NÓS-Unidade Popular representa.
Endurecer e alargar as luitas
Amplos segmentos do nosso povo ocupárom as ruas em 2013, protestárom, reclamárom mudanças, denunciárom as políticas infames do governo corrupto de Rajói e da sua sucursal autonómica encabeçada polo amigo de Marcial e de narcotraficantes.
As mobilizaçons -pola sua dimensom e combatividade experimentárom um ascenso,- mas fôrom insuficientes.
2014 tem que ser o ano da convergência e radicalizaçom das reivindicaçons setoriais , da estruturaçom de um movimento de massas com vocaçom de vencer.
É pertinente, urgente e imprescindível convocar umha greve geral de 48 horas que permita constatar umha evidência que de forma permanente necessitamos cenificar: a imensa potencialidade do nosso povo e da nossa classe. Umha maciça jornada de luita para injetar moral nas imensas maiorias sociais, para indicar qual é a alternativa e o caminho a seguir para botá-los.
A alternáncia eleitoral nom resolverá os problemas das imensas maiorias. Um governo “progressista” face ao representado hoje polo PP nom solucionará a desindustrializaçom do País, o desemprego estrutural, a privatizaçom dos serviços sociais, a emigraçom juvenil, a espanholizaçom, o assalto dos nossos recursos minerais, o empobrecimento de amplos setores populares …
A luita nom se pode enquadrar nesse dilema. Nom se trata de mudar de governo. Há que provocar a queda do governinho vende-pátrias de Feijó, mas também do regime que representa. Espanha e o capitalismo som a nossa ruína.
Só mediante a mudança de sistema, a conquista da plena soberania nacional e um processo de construçom de umha sociedade socialista poderám satisfazer-se as necessidades e reivindicaçons do nosso povo.
NÓS-Unidade Popular intervém, defende e luita por converter em realidade esta alternativa, afastada do curto-prazismo institucional e dos cálculos eleitoralistas.
Com a Galiza que nom se submete, resiste e confia nas potencialidades do nosso povo
De maneira especial queremos transmitir o nosso apoio e calor às e aos presos políticos galegos, assim como às suas famílias e amizades.
Reclamamos a sua liberdade e desejamos a sua volta para a Pátria da que fôrom injustamente arrancad@s polo Estado opressor.
Saudamos as luitas em curso contra os despejos, polo emprego, em defesa do naval, contra a LOMQE e a privatizaçom da sanidade, contra o terrorismo machista, pola recuperaçom dos aforros, polo direito ao aborto, contra a destruiçom do nosso território, em defesa do nosso idioma, contra a repressom espanhola. A todas e todos os ativistas o nosso mais sincero reconhecimento e admiraçom.
Neste adverso contexto em que a multicrise do capitalismo espanhol tam só nos tem gerado miséria, dor e desolaçom, de NÓS-Unidade Popular queremos transmitir ao conjunto do povo trabalhador galego os nossos desejos de um 2014 de firme combate operário, nacional e popular.
Finalmente queremos agradecer a todas aquelas mulheres e homens que ao longo de 2013 confiárom em nós, a quem polos mais variados meios e formas transmitírom o seu apoio sem o qual nom é possível seguir avançando. A todos eles, a todas elas, ao conjunto do nosso povo, um enorme abraço revolucionário.
A luita é o único caminho!
Rebeliom popular!
Antes mortas que escravas!
Viva Galiza ceive, socialista e feminista!
Direçom Nacional de NÓS-UP
Galiza, 31 de dezembro de 2013