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Foto - Galiza Contrainfo - Greve no ensinoGaliza - Diário Liberdade - [Iago Santas] Mais uma Greve no ensino se convoca nesta quinta, esta vez co objetivo de travar a LOMCE.


 

 

Artigos, colunas e debates têm-se escrito e articulado sobre o que suporá a posta em prática desta lei, a involução a nível racional do ensino em geral e a *venta em pequenas porções do "bolo" estatal, que não público, a grandes interessados: formação de mestres, actividades extra-escolares e fazer mais difícil a "competência" com os centros (ainda mais) religiosos entre muitas outras que se fariam eternas.

Mais uma Greve que trará consigo um baile de cifras entre "esses dois grandes inimigos" que são a Conselharia e os Sindicatos com representação no ensino. Uma representação ganhada em base a uma participação nas eleições sindicais que faria ruborizar qualquer sociólogo sério que se prestasse. Mais uma greve na que se conseguirá que a administração poupe uns eurinhos com as nossas nóminas, na que umas poucas berraremos na rua e na que um dia depois será como se não passara nada. Os que falavam das "condições objectivas" deveriam estar mais ruborizados que o sociólogo quando um par de semanas depois do sucesso da Greve indefinida das Ilhas Baleares na Galiza nem se propôs "ni se espera" essa opção.

O que volta a deixar patente esta Greve é que os docentes somos um corpo que agora mesmo está sem cabeça, sem referente, sem uma estratégia nem para o seu sector nem para deitar uma mau conjunto da sociedade. Um corpo cada vez mais estatal e menos público, burocratizado, e onde o "altruísmo" e a vontade que MUITAS seguem mantendo em dúzias de campos: excursons, pintar bibliotecas,*extra-limitarse no seu trabalho, e dar luz e vida a dúzias de Projectos que fã a vida mais leda a milhares de meninas vêem-se apagados pelo rolo da burocracia que, sob disfarce de público, tudo o molda. Tens que fazer isto a esta hora. E fá-lo bem, mas tampuco excessivamente bem. E não gostes, tu fá-lo. E se gostas já faremos com que não gostes, mas que o faças. Salas de aulas desfasadas e ratios desmedidos, horários inentendíveis desde o ponto de vista da menina e da conciliação dos mestres, nos Claustros não fales, não porque não possas senão porque dás a nota, e as coisas vão bem. Razoavelmente bem se o comparamos com outros campos da sociedade: vão melhor que o lazer de centros comerciais, que a televisão amarela ou que o desporto espectáculo de massas. Vai melhor, mas não bem.

Que nos falha? Algumas coisas. Estruturalmente? Sim. Os Colégios no Estado Espanhol, exceptuando as Ikastolas, são radiais. Toda a rede de Centros está conectada a uma Conselharia e Ministério que dispõe de Leis, Reais Decretos, Decretos ou Ordens por igual: dá igual o centro que seja porque todo se regerá igual. Venderam-no-lo como que era a única forma de que fosse púbico disfarçando uma grande mentira, é a única forma de que seja estatal. Um Centro de Ensino inserido na sua própria vila e governado pelo Conselho Escolar pertinente é o paradigma do público. Recordemos que etimologicamente o conceito público tem mais que ver com o bem comum que com um conjunto de prestações geridas pelo Estado, no hipotético que se propõe a gestão seria assumida pela comunidade na que se insere. Imediatez nas respostas educativas, contextualizadas onde se dá o processo ensino aprendizagem e com um pessoal laboral, os mestres, que "perder-mos-ia" (por fim) o *status de funcionário para ser servidores públicos. Recobrar o controlo do nosso trabalho, uma das profissões mais *vocacionais da história. Quando falo de perder o *status não me refiro que que as condições laborais sejam mais precárias, ou como diria a direita, flexíveis. A sociedade é consciente de que as condições de trabalho tanto económicas como a nível de recursos humanos e materiais devem ser óptimas: repercute na educação dos seus filhos e nego-me a pensar que haja alguém que não quer o melhor para eles. O problema é a realidade contrafeita na que se vive e os conceitos que nos faz ver como melhor ou pior. O *status ganha com a vontade e o trabalho bem facto, e inseridos na comunidade, não *delegando num sindicato gestoria que jogará com os teus direitos laborais como se fosse uma jogo de figurinhas.

- "Pagas-me as itinerâncias?.

- Sim, mas meto a Religião da Conselharia".

- "Ampliação de horário em junho e setembro e não adaptação progressiva dos meninos? - - - Bem, mas Sistema de Acesso ao Corpo à medida dos filiados durante cinco anos e com boa oferta"

Temos muito singelo ser ridiculizados pelas férias e outras lindezas que o Estado/Capital se encarrega de espalhar, mas com um trato direto e transparente não haveria comunidade que se tragasse tais absurdos.

Nas Greves mineiras de Gales a princípios de século eram @moit@s @s mestres que davam classe por quatro patacões a horas intempestivas sem mais recompensa que que os jovens baixassem num futuro às minas em condições de salubridade mínimas. Foram esses jovens os que tensaram o conflicto até atingir um objectivo que na altura foi qualificado como bom. Na mesma época Ferrer i Guardia criava a Escola Moderna em Barcelona com o fim de fazer jovens mais livres: foi exilado e assassinado. Na "província" de Ourense em tempos de repressão fascista as valetas da estrada Ourense-Maceda eram enchidas por cadáveres de mestres fuzilados. No espolio de gente que a emigração lhe brindou a Galiza, um punhado de mestres, comandados por algum cura que logo se cansou de sê-lo, encarregou-se de brindar educação e um ambiente familiar a esses órfãos que tinham aos seus pais fazendo horas na Opel, limando vidreiras em Ginebra ou apanhando um barco, tarde, mal e a rasto para Argentina escutando falsos quantos de*sereia. E não há que ir tanto cara atrás: a blindagem que uns quantos bons e generosos lhe deram à nossa língua no ensino serviu para normalizá-la num ambiente formal nos oitenta, mestres que lutaram para não fechar unitárias em vilas afastadas da industrialização, valorizando diante dos alun@s o seu lar e ensinando que devia ser defendido e amado são recordados em muitas tertúlias e bem recebidos cada vez que vão de visita. Porque, nós, os mestres, sempre estivemos ao serviço do povo. Somos povo. E o respeito o ganharemos assim, não aceitando o carácter de autoridade que nos dá a nova "lei de família".

Mais uma Greve que deve servir de ponto de inflexão para tomar nota de que nos temos que organizar de outra forma. Que não podem vir leis desde acima que se mudam antes de que entrer. Que as leis têm que ser de abaixo a arriba. Que a LOGSE vendeu integração e ninguém nos explicou como se integra a alguém numa classe de 25 alunos, com duas crianças com NEAE e onde a metodologia deve ser "construtiva, afetiva e significativa". E o fomos aprendendo, bem que mal. Que antes de dar as salas de aulas de formação de um projecto pioneiro em*TIC como o ABALAR já estavam os computadores mercados, que os quadros digitais chegaram aos colégios sem avisar e nunca vêramos uma, que nos falam de Plurilingüiismo e muitas passamos o pão que o diabo amassou quando em plena eufória low cost se nos deu por ir a Londres e abrir a boca. Que o ensino o fazemos os de abaixo: mestres e famílias.

Que laboralmente os nossos reprentantes devem estar nos centros ou nas comarcas e não em gabinetes na capital, que as Assembleias de trabalhadores devem ser o motor de decisão e não esse símil do comité de empresa que são as juntas de pessoal, que quando falamos de um ensino laico, galego e de qualidade há que dar alternativas construtivas sempre contando com as famílias.

Que não pode existir um currículo "aberto e flexível" e que uma mãe responsável não conheça até que começa o curso quem vai ser o professor do seu filho, ou que uma mãe irresponsável não pode deitar um professor aos leões com estocada posterior da Administração porque não gosta das orientações que se lhe dão.

Que Galiza morre no interior e no rural e temos que dotar-nos de meios para fixar população ali, que a parte de concursar para a cidade existem antigas casas de mestres propriedade da Conselharia, totalmente derrubadas, e dever-se-iam reabilitar para que o mestre seja parte da vila e tenha um carácter definitivo, além da condição administrativa do seu destino. Que temos muitas e boas ideias e que ninguém nos pergunta.

Que as soluções têm que ser colectivas, organiza-te e luta.

Por um ensino público, galego, racional, afetivo e científico. Todas à Greve do ensino!

 

 

 


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