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290412 mineracaoPeru - Brasil de Fato - [Marcio Zonta] Diante da afirmação do presidente Humala sobre a implantação do "Conga", há duas semanas, população se mantém em alerta


A população de Cajamarca, ao oeste do Peru, segue mobilizada há duas semanas contra o megaprojeto de mineração para exploração de cobre e ouro na região, conhecido como Conga. A contaminação e o comprometimento de abastecimento de água à população são as principais razões para os protestos.

Nessa semana, diante das últimas declarações do presidente Ollanta Humala, afirmando que o projeto será implantado, os manifestantes de Cajamarca estão exibindo um vídeo de sua campanha eleitoral em que o então candidato Humala se dizia ser contra o projeto de mineração, a favor da água e não do ouro.

Para afirmar que o Conga vai ser implementado, Humala baseia-se em uma peritagem internacional encomendada pelo seu governo, que conclui que o desaparecimento de lagoas formadas por nascentes não produziria um impacto substancial no meio ambiente e no fornecimento de água na região.

Nessa manhã (27), o presidente regional de Cajamarca, Gregório Santos, disse que os documentos dos peritos internacionais apresentados "são apenas mais um, entre tantos outros, que tentam convencer em prol da aprovação do projeto".

Em vez disso, Santos cobra do governo peruano mais diálogo e abertura sobre outros estudos realizados pelos peritos regionais. "Solicito ao presidente da República que escute os dirigentes sociais; veja os estudos realizados pelo governo local; e nos inclua nesse debate sobre Conga, que se tem feito com a nossa exclusão."

Wilfredo Saavedra, dirigente da Frente de Defesa de Cajamarca, que inclue sindicados, a Igreja Católica, políticos, movimentos sociais e governo local, acusa de tendencioso o documento elaborado pela transnacional Knight Piésold Consultores S.A. "Esses peritos internacionais maquiaram os impactos ambientais e sociais, o que obrigou o governo a retroceder de suas antigas posições."

Clima tenso

O clima de tensão segue na cidade, que recebeu cerca de 1500 homens da Polícia Nacional peruana nos últimos dias.

A Frente de Defesa de Cajamarca denuncia que a militarização na cidade está sendo coordenada pela empresa estadunidense Yanaconha, responsável pela exploração de Conga.

Luis Argueles, gerente comercial do projeto Conga, confessa que existe comunicação entre a empresa e homens da polícia enviados a Cajamarca. "Estamos em coordenação com as forças de segurança no Peru para proteger nossos equipamentos e nossos trabalhadores que já se encontram no local, nada mais do que isso."

O ministro da justiça Juan Jimenez pediu as autoridades ponderação, tranquilidade e diálogo com a população em torno da controvérsia sobre o projeto Conga. "Temos que chegar a mente e ao coração da população para ganhar apoio ao projeto, sem imposição ou força violenta."

O vice-ministro da Agricultura, Juan Rheineck, propôs em reunião na tarde de hoje às lideranças de Cajamarca "um diálogo com a população, para não repetirmos os mesmos erros de outros projetos de mineração que não respeitaram a qualidade de vida das pessoas, o abastecimento de água e resultaram em enorme destruição ambiental".

 


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