"Não se trata de crime e castigo, mas de crime e benefício. O cárcere é uma indústria multimilionária. Em 1996, foram abertas 122 penitenciárias nos EUA. Várias empresas organizaram exposições em cidades pequenas para mostrar como o aumento da quantidade de prisões impulsionaria a economia mediante a criação de mais postos de trabalho", escreveu na que pode ser sua última carta, disse.
Condenado em 1998, quando tinha 19 anos, por ser cúmplice em um assassinato e roubo, Jasper está encarcerado há mais de uma década.
Tem compartilhado sua experiência em uma prisão para condenados à pena capital em uma série de cartas publicadas no portal Gawker.
Segundo ele, os presos não têm nenhuma opção senão trabalhar, já que negar-se a fazer isso implica um severo sofrimento mental.
"Se um preso se nega a trabalhar e ser um escravo, o isolam dos outros presos. Há milhares de pessoas condenadas a longo prazo que não têm mais remédio senão fazer dinheiro para o governo ou viver em isolamento. Os efeitos do isolamento penitenciário, literalmente, transformam as pessoas em loucos", expressou.
Jasper também criticou as excessivamente severas penas para os delinquentes novatos, considerando-as como um tipo de "opressão".
"Existem caras aqui que ainda não têm 30 anos mas recebem penas de 200 anos de prisão. É indignante."
Jasper suspeita que também poderiam condenar a sentenças tão duras por formar parte do complexo industrial penitenciário.
"O outro lado da moeda é que há pessoas no mundo corporativo que ganham dinheiro graças aos presos, pois quanto mais tempo ficam aqui estes últimos presos, mais dinheiro geram", concluiu.