Foi quase um ano e meio o que Miguel Nicolás, jovem operário do sul da Galiza, estivo preso sem julgamento nem condena, vítima da maquinaria penitenciária do regime espanhol, que o submeteu à política de dispersom criada para aumentar a dureza das condiçons de internamento das presas e dos presos políticos como o próprio Miguel.
Ontem, sexta-feira, foi o momento para que as companheiras e companheiros do preso, que ficou livre à espera de julgamento após o pagamento de 3.000 euros angariados polo Comité de Solidariedade, recebesse a homenagem de amizades, companheiros e companheiras, e vizinhança de Vigo que se congregou no bairro do Calvário, como o Diário Liberdade tinha anunciado, num ato organizado polo CSAMT.
Música, homenagem e agradecimento
Entre bandeiras da Galiza e comunistas, o jovem trabalhador chegou à praça, sendo aplaudido polas pessoas concentradas, que despregárom umha faixa de grandes dimensons com a frase "Bem-vindo à Pátria, camarada!". As gaitas tocárom nesse momento o Hino do Antigo Reino da Galiza, antes de que o canto coletivo do Hino da Galiza servisse, junto à entrega de um ramo de flores ao homenageado, como imelhorável início do ato político.
Rebeca Bravo e Raul Palomares, do Comité de Solidariedade (CSAMT), tomárom a palavra agradecendo a participaçom e dando as boas-vindas ao companheiro afastado da sua terra pola repressom, que evitou que durante todo esse tempo pudesse continuar a realizar o seu trabalho sindical e de apoio à auto-organizaçom dos trabalhadores e trabalhadoras galegas.
A seguir, foi o próprio Miguel Nicolás que se dirigiu às pessoas presentes para agradecer o apoio e a solidariedade recebida, reafirmando-se nas suas ideias e compromisso político com o povo trabalhador galego. No ato foi lembrado também o companheiro de Miguel, também preso e ainda a padecer os rigores da dispersom penitenciária em cárceres de Espanha, Telmo Varela.
Umha placa com a forma do mapa da Galiza e a fouce e o martelo no centro foi-lhe entregue como lembrança e reconhecimento entre os aplausos e as palavras de ordem antirrepressivas e pola liberdade da Galiza por parte das pessoas participantes o ato público, que concluiu com o canto coletivo do Hino da Internacional.
No ato público de Vigo participárom ontem militantes de diferentes correntes da esquerda nacional galega, tanto política como cultural e sindical, assim como ex-presos políticos. Entre as ausências, destacou a do sindicato ao qual o próprio Miguel Nicolás pertencia no momento da sua detençom.
Umha ceia no Centro Social Lume!, na mesma cidade de Vigo, permitiu continuar já na tardinha a celebraçom coletiva da liberdade do operário viguês.
O Diário Liberdade agradece ao Comité de Solidariedade e Apoio a Miguel e Telmo (CSAMT) o envio das três imagens do ato público de homenagem a Miguel Nicolás que acompanham esta crónica. Toda a informaçom sobre o processo repressivo contra Miguel Nicolás e Telmo Varela pode ser consultada quotidianamente no seu blog.
Somamo-nos também à alegria que se viveu na tarde de ontem no bairro do Calvário de Vigo, polo regresso de Miguel Nicolás com os seus e as suas camaradas, amizades e ao seu país, Galiza, à espera de julgamento derivado, segundo se confirmou ontem em Vigo, do seu compromisso como militante da causa da libertaçom da classe trabalhadora galega.
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