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franquistaGaliza - Diário Liberdade - Nem Carvalho Calero, nem Xela Arias nem Manuel Maria... O Dia das Letras 2015 será para o franquista José Fernando Filgueira Valverde.


Integrante primeiro do Partido Galeguista e depois da Direita Galeguista nos anos 30, nom demorou a aderir ao novo poder franquista, vendo como muitos ex-companheiros eram assassinados, encarcerados ou obrigados a ir para um exílio sem retorno. Alexandre Bóveda e Castelao sintetizam esse percurso imposto a toda umha geraçom. Um percurso que Filgueira Valverde nunca realizou, pois soubo situar-se do lado do poder fascista e espanhol.

Agora, a Real Academia Galega presidida polo "comunista" Xesús Alonso Montero e integrada por bastantes supostos inteletuais "independentistas" e "de esquerda", incorpora à plêiade do galeguismo um velho franquista, responsável, entre outras pérolas, pola instalaçom da simbólica indústria de enclave de ENCE na ria de Ponte Vedra, em tempos do seu mandato como presidente da cámara municipal e com visita de Franco incluída.

Antes disso, tinha-se recusado a interceder para salvar a vida de Alexandre Bóveda, executado polos fascistas na cidade comum de ambos, Ponte Vedra.

Defendido por umha alegada "esquerda galeguista", com destaque para Antón Santamarina, que o definiu como "maior figura intelectual da Galiza depois do Padre Sarmiento", na sua última etapa fijo um último grande serviço a Espanha: liderou a tendência isolacionista que se impujo à elaboraçom de umha norma substancialmente reintegracionista como a que tinha proposto a Comissom presidida por Carvalho Calero em 1980. Alianza Popular nom demorou a pôr a Junta pré-Autonómica ao serviço do nascente lobby isolacionista, no qual destacou o velho franquista Filgueira, ao ponto de dar nome, como Conselheiro da Cultura, ao Decreto que em 1982 impujo o padrom ortográfico pró-espanhol que até hoje impera na Autonomia Galega: o "Decreto Filgueira".

Entre os "argumentos" de Filgueira Valverde para rejeitar qualquer aproximaçom gráfica com o português, costumava referir a "grande dificuldade pedagógica" que para as crianças galegas suporia terem que aprender na escola dous sistemas ortográficos "tam diferentes" (um para o espanhol e outro para o galego). Na sua visom, era preferível usar um comum para as duas línguas, facilitando assim a aprendizagem e, eventualmente, a galeguizaçom. Nom parece que o tempo tenha dado a razom aos preconceitos de Filgueira, vendo o grau de espanholizaçom geral e sem precedentes existente na Galiza atual.

Deputado das Cortes franquistas, autor principalmente de obras em espanhol, premiado sucessivamente polo regime franquista e pola sua continuaçom bourbónica, inclusive por Manuel Fraga ("Prémio Galiza das Artes e as Letras")... todo um símbolo resgatado pola RAG do passado mais sinistro para o projetar no futuro que o poder espanhol reserva para o nosso país.

Entretanto, aos poucos minutos de se conhecer a eleiçom da RAG, alguns coletivos galegos já começárom a se manifestar contra a homenagem a um sujeito como Filgueira Valverde, principalmente nas redes sociais. Foi o caso da Fundaçom Artábria, que durante anos propujo a eleiçom de Carvalho Calero, chegando a se entrevistar com o secretário da RAG, sem nengum êxito. De facto, neste ano acabou por abandonar a Comissom criada em Ferrol com idêntico fim, entre outros motivos, pola deslegitimaçom crescente da Real Academia Galega. Num tuit, o coletivo trasanquês afirma: "Na Artábria negamos qualquer legitimidade a essa RAG: eleger Filgueira frente a Carvalho é a sua melhor autodefiniçom possível".

Também no ámbito político começárom a realizar-se declaraçons. NÓS-Unidade Popular afirma no twitter: "Filgueira Valverde estivo ao serviço do projeto assimilacionista espanhol durante o franquismo. A RAG continua o seu legado."

Provavelmente, a Junta e o PP estejam mais conformes com a escolha realizada pola Real Academia Galega e saberá premiar a fidelidade de Alonso Montero e do resto de académicos: Nom há dúvida de que Filgueira era um dos seus.


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