A presidência de Xosé Luís Mendes Ferrim caraterizou-se polas boas relaçons com as autoridades do PP à frente da Junta da Galiza, ratificadas polo próprio presidente na sua última entrevista à Rádio Galega, e pola entrada da filha e do genro como contratados da instituiçom que preside. Também polo continuísmo na "masculinidade" da composiçom do coletivo académico, apesar do qual o presidente nega o machismo de que sempre foi acusada.
O sectarismo anti-reintegracionista foi um outro sinal de identidade do período presidencial de Ferrim, acorde com as posiçons hegemónicas na atual Real Academia Galega, mas nom na originária, cujo primeiro presidente, Manuel Murguia, foi favorável às teses reintegracionistas. As provocaçons e insultos contra o movimento pola unidade da língua fôrom constantes e coerentes com a sua trajetória anterior à chegada à presidência.
Chamou a atençom também nestes anos as boas relaçons com os círculos do poder na Galiza. Reconhecido amigo pessoal do presidente da Deputaçom de Ourense, José Luís Baltar, foi premiado unanimente em 2010 polo júri do Prémio Fernández Latorre, atribuído polo dono de La Voz de Galicia. Apareceu em público em diferentes ocasions mostrando essas boas relaçons com membros do governo do PP e representantes da burguesia.
Corrupçom ao léu
Quanto às contrataçons de familiares, ainda hoje o seu secretário, Xosé Luís Ajeitos, defende numha entrevista em La Voz de Galicia essas contrataçons de parentes de académicos (o caso de Ferrim nom é o único, Xosé Luís Ajeitos e Manuel González também terám dado trabalho a parentes) e a utilizaçom de um carro topo de gama cedido polo Governo do PP para uso dos dirigentes da RAG.
Ajeitos reconhece ajudas de custo de entre 100 e 130 euros por cada viagem para assistir aos plenários, mas nega a existência de salários a académicos, enquanto denuncia umha conspiraçom articulada polo Conselho da Cultura Galega e polo Instituto Galego da Língua para "colonizar" (sic) a Real Academia Galega.
Quanto a Ferrim, que desde que se conhecêrom os casos de nepotismo na entidade que preside se recusou a dar qualquer explicaçom, afirma no comunicado em que anuncia a demissom que "académicos e académicas, unidos a pessoas externas, figérom-me sentir que eu nom tenho sítio na Academia".
A corrupçom que agora saiu à luz, as luitas internas entre ILG e RAG, assim como as pressons polo monopólio de académicos da Universidade de Compostela, terám levado Ferrim a perder a cómoda maioria que o levou à presidência em janeiro de 2010.
Defensores, detratores e reclamaçons
No digital Sermos Galiza, o presidente da Associaçom Galega de Editores, Manuel Bragado, já saiu em defesa do presidente demitido. Outros com Henrique Monteagudo, ligado ao Conselho da Cultura Galega, criticam a reaçom da diretiva da RAG perante as críticas e Pilar Garcia Negro, professora da Universidade da Corunha, criticou hoje mesmo o "holding" formado polo ILG, a RAG e o CCG. O professorado de Galego da UdC aspira há anos a ganhar algum espaço no lote açambarcado pola Universidade compostelana.
Por sua vez, o jornal direitista espanhol ABC reivindica a queda de Ferrim, explicando-a por ter sido esse jornal monárquico o que tornou público o segredo a vozes da contrataçom de parentes por parte de diversos académicos, incluído o presidente.