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160414 cosido2Estado espanhol - Diário Liberdade - Parece brincadeira, mas nom é: A Virgem Maria Santíssima do Amor foi condecorada polo diretor da Polícia espanhola nesta quarta-feira santa polos seus "méritos policiais".


Fotos: Ignacio Cosidó em duas intervençons públicas como representante político, rodeado de cruzes e parafernália católica

As máximas autoridades policiais do Reino de Espanha, esse reino constitucionalmente autoproclamado "aconfessional", atribuírom hoje à virgem católica do Amor a maior categoria concedida pola Polícia espanhola. Foi o secretário de estado da Segurança, Francisco González, o encarregado de pôr a um boneco que representava a Virgem a máxima distinçom, reconhecendo a "dedicaçom, desvelo, solidariedade e sacrifício", atributos alegadamente compartilhados com o corpo repressivo espanhol.

Aconteceu em Málaga, em plena Semana Santa. A Medalha de Ouro ao Mérito Policial foi para umha figura representattiva da Igreja Católica, que durante decénios foi religiom oficial da ditadura militar franquista, e que depois disso continua a presidir e protagonizar importantes aspetos da vída política-institucional espanhola.

Numha nova mostra do flagrante desrespeito da sua própria legalidade , o seu governo utiliza mais umha vez a força policial para exaltar os valores nacional-católicos que caracterizam boa parte da ideologia histórica do agressivo nacionalismo espanhol.

Desta vez foi a "Virgem Maria Santíssima do Amor da Confraria do Nosso Pai Jesus O Rico", que é seu nome completo, que recebeu a Medalha de Ouro ao Mérito policial. Porém, Jorge Fernández Díaz, o ministro do Interior, que assinou a ordem de concessão da medalha, nom compareceu no ato. Fôrom o secretário de Estado de Segurança e o Diretor Geral da Policial, Ignacio Cosidó, que presidírom a cerimônia (como autoridades civis), que decorreu junto ao obelisco em lembrança dos fusilados polo levantamento de Riego. Um ato policial rodeado de polícias para garantir que todo corria sem sobressaltos terrenais ou divinos.

Lei e inspiraçom franquistas: Denúncia de associaçons defensoras do laicismo

A Ordem do Mérito Policial está regulada por umha lei de 1964, em pleno franquismo, e continua inalterada desde esse ano. Os méritos ou circunstáncias que acreditam para a receber parecem reservados, se nom aos próprios polícias, sim às pessoas físicas: ser morto, mutilado ou ferido grave em ato de serviço, "sem importar a honra, imprudência, imperícia ou acidente"; ou realizar operaçons "excecionais". Desconhece-se qual terá sido operaçom "excecional" que terá protagonizado o boneco da Virgem condecorada nesta "Quarta-feira Santa".

Também as atuaçons extraordinárias e o valor e o prestígio dado à Polícia poderia levar a ser condecorado. Por exemplo, "a decisiva colaboraçom com aqueles servidores públicos" praticando "atos de relevante importância em defesa da ordem, das pessoas ou da propriedade, ou assim for aconselhável por outros importantes motivos". Devem ser, portanto "outros importantes motivos" os que levárom o Partido Popular a reconhcer tais "méritos" à virgem católica: talvez o de ter concebido o seu filho sem qualquer intervençom de tipo sexual seja um desses "méritos".

Europa Laica e Movimento para um Estado Laico interpugérom umha queixa perante a seçom contencioso-administrativa da Audiência Nacional espanhola, com a qual questionam a legalidade da imposiçom da medalha à Virgem do Amor. A Queixa terá sido admitida a trámite na semana passada, com o qual a Virgem do Amor recebeu no seu peito umha medalha de ouro que lhe poderia ser retirada nos tribunais, levando assim ao paroxismo a irracionalidade do caso.

160414 cosidoConvém lembrar que a Igreja católica é teoricamente alheia à institucionalidade espanhola, mas está presente diariamente na nomeaçom de cargos públicos, funerais, casamentos e outros eventos oficiais. Da mesma forma, as forças policiais e militares participam assiduamente em celebraçons estritamente católicas, dando cobertura e contribuindo com "tropa" para o seu sucesso, tal como acontece nestes dias de "Semana Santa".

A Ordem pola qual se concede a medalha, que tem caráter honorífico, explica que a tal Confraria e o "Corpo Nacional de Polícia" compartilham valores como "a dedicaçom, o desvelo, a solidariedade e o sacrifício". A Ordem também destaca a "estreita relaçom, principalmente em atos realizados durante a Páscoa". Quer dizer, reconhece explicitamente o desrespeito sistemático da desvinculaçom oficial entre Igreja e Estado no Reino de Espanha.

De facto, o oficialmente denominado "Corpo Nacional de Polícia" é Irmão Maior Numerário (sic) da referida confraria desde 1938, dous anos depois do golpe de estado fascista. Mais umha herdança do franquismo que a II Restauraçom Bourbónica mantém em vigor até hoje. 

O Diretor Geral da Polícia espanhola, umha das mais brutais e repressivas da Europa, afirmou que "Nom podemos permanecer indiferentes diante do pouso da nossa história e do nosso património cultural e espiritual, porque se isso ocorresse se estaria produzindo um afastamento dos valores que tenhem alicerçado a sociedade à qual servimos".

Como se fazia durante a ditadura franquista, continuou pedindo refúgio e guarda abaixo do manto da virgem para todos os polícias. Foi precisamente a Direçom-geral da Polícia que propujo a concessom da medalha ao Governo espanhol do PP, que informou favoravelmente no passado dia 31 de janeiro.


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