O país lidera assim as estatísticas deste índice, que mede o número de sinistros com baixa em cada 100.000 trabalhadores e trabalhadoras, mas também ocupa o terceiro lugar no que diz respeito a sinistros mortais, já que no passado ano 2013 chegou aos 5,3 pontos, mais de dois pontos superior à média estatal, que se situa em 3,1 pontos.
De especial relevo é também o dado que indica que, em dados absolutos, os acidentes laborais mortais cresceram em 2013 na Galiza até alcançar as 47 vítimas, mais dois que em 2012. E isto acontece, tal e como destacam ambos os sindicatos, apesar de a "a situação de crise" ter provocado que diminuísse a mão de obra de maior risco de acidentabilidade e apesar de terem sido "expulsos do mercado laboral os trabalhadores temporários ou que reforçavam a procura em momentos de maior intensidade de tarefas".
Todavia, e também em números absolutos, os acidentes graves no passado ano desceram até os 418, face aos 482 de 2012. A queda também se produziu nos acidentes ligeiros, que passaram de 23.130 para 21.912.
CCOO e UGT põem vários exemplos para mostrar o paradoxal e grave que é a situação. Assim, enquanto na agricultra a população laboral se reduziu em 5,4% a respeito de 2012, os acidentes graves incrementaram-se 19,3% (de 57 para 68), enquanto que os sinistros mortais também cresceram, ao passarem de três de há dois anos para os quatro do passado exercício.
Algo semelhante ocorre no sector pesqueiro, onde a população laboral desceu 5% enquanto os acidentes graves cresceram 31,8% e os mortais passaram de cinco para sete.
Perante esta situação, os dois sindicatos culpam destas más cifras a "austeridade, os cortes e a falta de políticas públicas" que "condenam a segurança e a saúde dos trabalhadores", já que provocam que o "modelo precário se configure como hegemónico, deslocando o emprego estável".
CCOO e UGT também lembram que o anteprojeto de leis de mútuas "tem muitos aspectos lesivos para os trabalhadores" e denunciam " o subregisto de doenças relacionadas com o trabalho que se derivam aos serviços de saúde como comuns". Para este Dia Internacional da Saúde e da Segurança no Trabalho os sindicatos reclamam que se mantenham os investimentos públicos em matéria de prevenção de riscos laborais, a declaração do cancro laboral como doença profissional e a constituição de um fundo de compensação para as vítimas de amianto.