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yoanieme.jpg?w=537&h=403Cuba - Desde mi ínsula - [Vincenzo Basile, tradução do Diário Liberdade] Yoani Sánchez rescindiu seu contrato com La Stampa e me converteu em um homem livre que até ontem não podia dizer o que pensava, já que a traduzia (...) Tenho a culpa de ter acreditado na luta de Yoani Sánchez (...), uma luta que partia da base para golpear o poder (...). 


Foto: Yoani Sánchez e Gordiano Lupi, no jornal italiano La Stampa.

Tive que me informar – a golpes de amargas decepções – que a oposição de Yoani Sánchez era letra-morta (...), me dei conta de que tratei com uma pessoa que dá a máxima prioridade a interesses nada idealistas. Uma blogueira que vive sua vida tranquila, que em Cuba ninguém conhece e ninguém persegue, que não é ameaçada, presa, silenciada, que não tem problemas para entrar e sair de seu país."

Com essas palavras, na última sexta-feira, o jornalista, escritor e tradutor italiano Gordiano Lupi começava uma carta aberta dirigida à conhecida blogueira cubana Yoani Sánchez.

Lupi, que nos últimos seis anos esteve traduzindo – para o jornal italiano La Stampa – o blog da midiática contrarrevolucionária cubana, se lançava em um veemente desabafo contra Yoani Sánchez e mostrava sua frustração e decepção por descobrir o verdadeiro rosto de uma mulher que, até então, o havia despertado ideias ambiciosas e sonhos democráticos, corretos ou incorretos.

A decepção de Lupi ficava muito clara em outros fragmentos de sua carta aberta que mais se parecia a um mais ou menos velado mea culpa por ter considerado a blogueira como companheira de uma luta na qual o jornalista italiano parecia – e parece – acreditar autenticamente.

"Por defendê-la, recebi ofensas e ameaças de castristas e comunistas italianos, por compartilhar uma luta inexistente, um sonho de liberdade desejado por muitos, mas não por ela, que só pensava no dinheiro proveniente de prêmios e contratos. (...) Acreditei em uma luta ideal que não existia. Na realidade, o objetivo de Yoani Sánchez sempre foi o de ser rica e famosa. Agora ela conseguiu. (...) Agora Yoani Sánchez lançará um jornal mentiroso (...), junto aos seus amiguinhos, que em Cuba ninguém lerá (...). Mas, o que importa a Yoani? Ela só necessita que alguém a financie, que seja lida em Miami, muito na Espanha, que a comunidade cubana siga tendo ilusões com uma paladina inexistente. (...) Até o momento temos viajado juntos, querida Yoani. Mas já basta. Minha viagem continua por si só, longe dos teus objetivos. (...) Fidel Castro disse que a história decidirá. Vamos ver a quem ela absolverá."

Seguramente há que considerar louvável um gesto de semelhante honestidade intelectual por parte de uma pessoa que verdadeiramente demonstra acreditar em sua causa e que também demonstra ter a humildade de reconhecer seus erros. No entanto, tal honestidade, para resultar completamente autêntica, requereria pelos menos ser acompanhada por outras duas cartas abertas: uma dirigida a todos os leitores italianos, a todas essas pessoas cujas opiniões, durante os últimos seis anos, foram forjadas – e manipuladas – com notícias absolutistas que agora convertem-se em fruto de um erro de avaliação do jornalista e impostas por vínculos contratuais e editoriais; e outra dirigida a todos os que nesses anos têm tentado conversar, em vão, com o senhor Gordiano Lupi sobre as contradições da blogueira e que somente receberam – e ao ler suas palavras seguem recebendo – a anacrônica e redutiva etiqueta de pró-castristas.


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