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criseDiário Liberdade - [Alejandro Acosta] Um novo colapso capitalista aparece no horizonte. Desta vez, as proporções parecem ser apocalípticas. Ainda maiores que as do colapso de 2008.


Uma grande bolha prestes a estourar

De acordo com o economista norte-americano Nouriel Roubini, a mãe das bolhas financeiras, as emissões de moeda podre pelos bancos centrais das principais potências, cresceu numa escala insustentável e atingiu um ponto tal que já se interliga, de maneira assustadora, com as demais bolhas, como a bolha imobiliária, a das bolsas, a das commodities e à especulação financeira em geral.
Roubini, em 2006, previu o colapso da chamada subprime em 2008, explicando por que iria desatar uma crise de proporções enormes. Desta vez, ele tem detalhado o por que é inevitável que estoure uma crise ainda maior a partir do esgotamento dos anabolizantes para as grandes empresas. Um dos principais sintomas é que os repasses de recursos para os monopólios, apesar de serem cada vez maiores e as taxas de juros que, em vários países, já são negativas, a economia não somente não tem saído do lugar, como, em termos produtivos, continua encolhendo.

Somente a Europa e o Japão têm emitido mais de US$ 3 trilhões em títulos financeiros com taxas de juros negativos. Bom para as grandes empresas, porque são pagas para receberem empréstimos do estado, e ruim para 95% da população que investe apenas para fugir das perdas inflacionárias.

O capitalismo se encontra em fase terminal, com várias pontes de safena. A estorinha do "empreendedor" que abria uma empresa para ganhar dinheiro é coisa de um passado remoto. Hoje é o assalto em larga escala dos cofres públicos e dificuldades crescentes para obter lucros a não ser por meio da especulação financeira ultraparasitária ou o trabalho semi escravo.

Fica mais espesso o caldo do próximo colapso capitalista mundial

Os fatores que levaram à crise de 2008 continuam atuando e com mais força do que nunca. Os preços das principais empresas norte-americanas, listadas no S&P 500, têm visto cair seus valores, seus lucros e as avaliações de risco.

As explosões que aconteceram em 1974 (crise do petróleo e crise capitalista mundial), 1987 (operações de alta frequência) , 1998 (fundo LCTM), 2001 (bolha de Internet), 2008 (subprime e colapso capitalista mundial) tendem a parecer um jogo de crianças na comparação com a próxima bolha do crédito, que envolve diretamente os bancos centrais. Para voltar ao balanço de 2008, a Reserva Federal norte-americana precisaria enxugar do sistema financeiro pelo menos US$ 4,5 trilhões, o que hoje é impossível sem provocar uma quebradeira em massa.

O crescimento da China, da mesma maneira que tem acontecido nos demais países, tem sido conseguido na base dos anabolizantes: dinheiro do estado em larguíssimas proporções, para os capitalistas. Mas agora cresce a desaceleração da economia chinesa, caem os preços das commodities (matérias-primas comercializadas nas bolsas especulativas), aumenta a crise nos chamados países emergentes e a crise nos países desenvolvidos tornou-se endêmica.

A subprime, a especulação com títulos imobiliários, é ainda maior e atingiu os países atrasados. Na Rússia, na China, na Arábia Saudita, no Brasil, no México e em praticamente todos os países a especulação imobiliária tem ido a mil por hora.

O parasitismo do capitalismo atingiu o ápice e, a cada dia que passa, o apodrecimento fica ainda maior. A especulação financeira ameaça travar as engrenagens do sistema, repetindo numa escala ainda muito maior o que aconteceu na década de 1930.

A recessão industrial atingiu todas as potências industriais, a começar pela Alemanha, o Japão e a China. No Brasil, continua avançando a passos largos, mas também avançam a inflação, desvalorização do dólar, o aumento do desemprego até nas estatísticas oficiais.

A especulação financeira na encruzilhada

O parasitismo financeiro atingiu um ápice difícil até de imaginar. O coração do capitalismo, a especulação financeira, somente por meio dos nefastos derivativos financeiros, movimenta 15 vezes a produção mundial real.

A especulação financeira atua como uma espécie de buraco negro ultraparasitário que absorve todos os principais recursos. Se calcula que os bancos centrais das principais potências tenham injetado pelo menos US$ 12 trilhões desde 2008, nos Estados Unidos, na Europa, no Japão, na China, no Brasil, na Índia e na Rússia. Na realidade, tem sido muito mais. As taxas de juros zeradas ou negativas para as grandes empresas e as compras de títulos financeiros podres pelos governos continua alimentando a especulação em larga escala. Todas as bolhas são todas infladas por meio de fartos recursos públicos.

De acordo com um conhecido relatório do Congresso norte-americano, somente até 2010, o governo tinha repassado nada menos que US$ 16 trilhões para resgatar bancos e grandes empresas. Não por acaso, a dívida pública nos Estados Unidos soma mais de US$ 18 trilhões. Somente nos dois governos Obama acumulou mais de US$ 12 trilhões. Ou seja, em menos de 10 anos cresceu o dobro do que em mais de 200 anos!

O mundo capitalista mundial avança rapidamente para um caminho de alta paralisia, recessão, desemprego e hiperinflação. Esses são os motores que colocarão em movimento os trabalhadores no mundo.

Alejandro Acosta está atualmente na Rússia cobrindo os acontecimentos geopolíticos na região como jornalista independente.


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