Segundo dados preliminares difundidos hoje, os disparos e gases lacrimogêneos lançados provocaram o falecimento dos lavradores Santos Hernández, José Puac, Arturo Sapón, Jesus Caxaj, Jesus Puac e Rafael Batz.
Também informaram que 32 manifestantes e oito soldados lesionados, além de três veículos queimados no incidente ocorrido ontem a tarde.
Centenas de operários agrícolas dos 48 cantos do Ocidente do Sul departamento de Totonicapán bloquearam ambos os trechos da estrada Interamericana, em oposição ao aumento do preço da energia elétrica, à proposta de reformas constitucionais do Executivo e ao alargamento a cinco anos da carreira magistral.
Paralelo a este acontecimento, uma comissão de representantes dos camponeses inconformados viajou até esta capital para conversar com o mandatário Otto Pérez Molina sobre as demandas dos mesmos.
Existem versões dissonantes sobre quem abriram fogo primeiro, mas o verdadeiro é que as vítimas mortais e a maioria dos feridos correspondem à parte dos manifestantes.
Com respeito a este acontecimento, o Conselho Político 13 Baktún manifestou em um comunicado seu profundo e completa rejeição à política de regresso ao passado de repressão, massacres e controle militar do governo guatemalteco contra as comunidades e as autoridades dos 48 cantos de Totonicapán.
Vizinhos consultados por essa organização, falam a mais de oito mortos e mais de 40 feridos durante o referido confronto desta quinta-feira.
Com respeito ao incremento da tarifa elétrica, a nota -publicada na página digital www.oxlajujbaktun.org- destaca que os empresários roubam os rios para sacar energia elétrica, fazem grandes negócios para fora, enquanto eles carecem de luz ou pagam muito caro.
A respeito da reforma educativa do magistério adverte que só tem o propósito de seguir a privatização a educação e que a reforma constitucional impulsionada por Pérez Molina só busca favorecer aos grandes empresários e eliminar os direitos dos indígenas.
O Conselho Político 13 Baktún chamou a recusar o uso abusivo, comercial e racista do atual Governo, que junto com os empresários fazem grandes negócios milionários "com nossos valores culturais dos lugares sagrados maias", enquanto reprimem e militarizam os povos originários.
Assim mesmo, esse agrupamento instou à comunidade internacional a criar uma comissão para observar que de maneira permanente os fatos de repressão, militarização e perseguição de indígenas e líderes comunitários de várias regiões do país.
O citado conselho integram maias de dentro e fora da Guatemala, atores sociais e políticos comprometidos com as grandes mudanças que esta nação precisa a partir do modelos dos Acordos de Paz, subscritos em dezembro de 1996.