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telesurvtvVenezuela - Opera Mundi - [Luciana Taddeo] Ministro da Comunicação reclama de "vazio informativo" promovido por mídia privada na Venezuela.


O ministro da Comunicação da Venezuela, Ernesto Villegas, afirmou nesta semana que as transmissões realizadas pelo governo por meio de redes nacionais de rádio e televisão cobrem um "vazio informativo" da imprensa privada no país. Nos últimos dias, um vídeo difundido por esta via mostrava depoimentos da população e imagens dos fatos violentos ocorridos no dia seguinte à eleição presidencial, que, segundo ele, foram ocultados pela mídia venezuelana.

Na ocasião, pelo menos nove pessoas identificadas com o chavismo morreram. Centros de saúde onde médicos cubanos trabalhavam e casas do governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) foram atacados por manifestantes radicais. "Estou cobrindo um vazio informativo ao redor de uns fatos incontestáveis, que lamentavelmente foram invisibilizados como foi com esta onda de ações", afirmou Villegas, em uma entrevista ao canal Televen.

Segundo o ministro, a omissão dos fatos pelos meios de comunicação privados mais importantes do país fez com que o Estado tivesse que "preencher este vazio que havia". No dia em que a maioria dos incidentes foram registrados, o opositor Henrique Capriles, que disputou a eleição presidencial, mas não reconheceu sua derrota e exigiu uma revisão completa do pleito, havia convocado seus apoiadores a promoverem um panelaço contra a proclamação de Nicolás Maduro como presidente venezuelano.

Durante os confrontos do dia 15 de abril, a principal emissora de TV do país, Globovisión, que sustenta uma linha opositora ao governo, não transmitiu imagens dos protestos. As emissoras governistas Telesur e VTV (Venezuelana de Televisión) tiveram dificuldades na cobertura, pois suas sedes foram cercadas por manifestantes. Nos dias seguintes aos eventos violentos, a Globovisión transmitiu repetidamente o trecho de uma coletiva de imprensa no qual Capriles pedia a seus votantes que realizassem um protesto pacífico.

A mídia impressa, por sua vez, segue a mesma tendência de invisibilização. De acordo com um estudo realizado pelo Centro de Investigações Políticas e Estratégicas Aluvión entre sábado (20/04) e a última sexta-feira (26/04), os jornais El Nacional, El Universal, Nuevo País, 2001 e Tal Cual dedicaram 33% de sua superfície em papel para relatar os ataques a CDIs (centros de saúde), e quase a mesma proporção, 30%, a uma organização não governamental que os desmente.

Estes veículos de comunicação publicaram somente uma média de 6,5 textos nos quais se reportam aos ataques a postos médicos, fatos corroborados pelo próprio Ministério Público do país. Pararelamente, 11 artigos nestes jornais deram voz à organização que desmente os incidentes, e 9,5 reportam outros acontecimentos.

De acordo com o instituto, entre as expressões utilizadas na cobertura jornalística impressa estão: "Denunciam que (...) Exército arremete contra manifestantes da oposição", "presos por protestos são torturados", "Fórum penal denuncia que se cometeram abusos ao controlar protestos", "oposição desmente destruição de CDI em Barinas" e "Atacam por desmentir o governo".

Para o ministro da Comunicação, a sucessão dos fatos violentos não foi informada aos leitores. "Na quarta-feira 17 de abril de 2013, entre as capas dos jornais, as únicas que abriam com a informação dos sete mortos [registrados] até aquele momento eram a do jornal Correo del Orinoco, Ciudad Caracas e Panorama", afirmou, aludindo a três veículos, dos quais os dois primeiros são públicos.

"Se isso tivesse sido ao contrário, se [os fatos violentos] tivessem sido consequência de um chamado a um desconhecimento dos resultados eleitorais por parte de Maduro, isso teria sido notícia de abertura", disse Villegas, intitulando hipoteticamente "O Massacre dos chavistas e de Maduro". Segundo ele, como a convocatória ao protesto foi realizada por Capriles, que denominou de "filho mimado dos poderes econômicos deste país", os veículos optam pela "invisibilidade".

De acordo com a análise do instituto Aluvión, a emergência de reportagens que tentam desmentir os ataques aos centros de saúde, com base em desestimações opositoras e da organização, tem o objetivo de argumentar que o governo venezuelano tenta desviar a atenção sobre as acusações de Capriles, sobre uma suposta "fraude" eleitoral, por meio de atos violentos.

"Esta matriz de opinião surge à raíz dos diferentes chamados que o líder opositor fez em defesa do voto e da democracia, criando um ambiente de violência generalizada por parte de seus seguidores, que os meios [de comunicação] tentam ocultar solapando e apontando o CNE [Conselho Nacional Eleitoral] como o gerador destas ações, enquanto a oposição se apoia na teoria de fraude eleitoral", explica o estudo.


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