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amlatinaPátria Latina - A crise econômica na Europa, em particular na Eurozona, provoca neste momento mudanças nos fluxos migratórios entre o Velho Continente e a América Latina e Caribe, com muitos latino-americanos voltando a seus países de origem.


Como é de amplo conhecimento, as migrações se originam principalmente por razões econômicas, sobre as quais ambas as partes (emissor e receptor) obtêm benefícios.

Aos efeitos da crise mundial, a América Latina se converte em um destino atraente com um crescimento econômico interessante, que atrai a migração de todos os lados pela demanda de mão de obra especializada para sustentar esse avanço, diferente do retrocesso que protagoniza a Europa.

Durante a década dos 90, a Argentina e a Venezuela atraíram trabalhadores estrangeiros, mas agora o Brasil e o Chile também se converteram em polos de atração devido a seu dinamismo econômico.

Frente a esse panorama, o último estudo da Organização Internacional para as Migrações (OIM) demonstrou que os fluxos migratórios da União Europeia (UE) à América Latina cresceram marcadamente, enquanto no sentido oposto, diminuíram de forma pronunciada.

O porta-voz dessa agência de Genebra, Jean Philippe Chauzy, explicou que essas mudanças se devem à crise da dívida soberana e do sistema bancário na UE, particularmente na Eurozona, na qual se vêem envolvidos países como Espanha e Itália, refúgios tradicionais de emigrantes de várias partes do mundo.

Chauzy enfatizou que agora esses movimentos se dão da Europa, sobretudo da Espanha e de Portugal, para a Argentina, Brasil e México, já que muitos saem de seu país com a esperança de encontrar melhores perspectivas econômicas na América Latina.

Tratam-se fundamentalmente de homens jovens competentes e qualificados, profissionais formados em ciências sociais e engenharia civil.

De acordo com as estatísticas, entre 2008 e 2010 cerca de 110 mil europeus emigraram à América Latina, já os migrantes latino-americanos para a UE caíram de 400 mil em 2006 a 229 mil em 2009.

Nos últimos cinco anos, 1,2 milhões de imigrantes voltaram da Espanha a seus países de origem. Dentro dessas estatísticas estão os casos do Equador, para onde voltaram 60 mil emigrantes nos últimos 10 anos, enquanto que ao Peru no ano passado regressaram 37 mil, frente aos 30 mil de 2009.

Ao mesmo tempo, a emigração tem diminuído, e assim, no Peru, o pico de 247 mil saídas em 2009 caiu a 202 mil no ano passado.

Do mesmo modo, o número de brasileiros que vivia no exterior e decidiu retornar a seu país praticamente duplicou na última década, até chegar a uns 174,6 mil em 2010, de acordo com os últimos dados divulgados pelo Governo.

Não obstante, indica a OIM, ainda ficam 4 milhões de latino-americanos na Europa, principalmente na Espanha, Reino Unido, Holanda, Itália e França. Enquanto que os europeus residentes na América Latina somam 1,2 milhão.

Agrega o estudo que pela crise econômica há cada vez mais os europeus que buscam trabalho nas nações latino-americanas e existem menos pessoas que veem o Velho Continente como lugar de residência temporária ou permanente.

Segundo a pesquisa dessa organização, entre 2008 e 2009 mais de 107 mil europeus abandonaram suas nações de origem para instalar-se no Brasil, Argentina, Venezuela e México provenientes da Espanha, Alemanha, Holanda e Itália.

Quanto à relação entre migração e desenvolvimento, a pesquisa assinala que as remessas enviadas pelas mulheres - pioneiras nos movimentos migratórios da América Latina e Caribe à UE - têm sido fundamentais para o desenvolvimento da região.

Essas remessas vindas da UE à América Latina cresceram em 2010 para cerca de 7,3 bilhões de dólares , já no sentido oposto, as remessas para a Europa chegaram a 4,6 bilhões de dólares.

Ainda que 2010 seja o último ano de referência para tais cálculos, a situação atual da Eurozona deve ampliar muito as diferenças nos movimentos de remessas durante os dois últimos anos; obviamente, em detrimento das remessas vindas do bloco do euro.

Só basta um exemplo: o Ministério de Emprego e Segurança Social da Espanha estima que essa nação perderá quase um milhão de habitantes no que resta da década porque a emigração de cidadãos será bem mais acentuada que a chegada de imigrantes, apesar de calcular que 450 mil pessoas entrarão anualmente ao país de agora até 2020.


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