Coincidindo com o Dia Internacional da Língua Materna, organizações indígenas da Araucania chilena (centro) realizaram uma mobilização nesta quinta-feira, para pedir que o mapudungun seja oficializado como idioma da nação mapuche.
Diferentes coletivos mapuche indicaram que o reconhecimento do mapudungun facilitará a prática dos habitantes da Auraucania e garantirá que se dediquem os mesmo recursos que se investem para a aprendizagem do espanhol como uma forma de reparação.
O dirigente do coletivo We Newén, Danko Mariman, explicou que "O Estado chileno impôs com toda sua maquinaria institucional no território mapuche políticas monolingues como parte do processo de colonização e a transformação dos mapuches em chilenos".
Agregou que "as pessoas tinham que falar só castelhano, mediante castigos, ameaças ou denigração de sua própria língua. Hoje fala-se de recuperar o direito a falar, que está no Convênio 169 e na Declaração da ONU (Organização de Nações Unidas)".
A fundadora da Rede pelos Direitos Educativos e Linguísticos dos Povos Indígenas do Chile, Elisa Loncón, destacou que a exclusão do mapudungun no uso público discrimina os povos originários e viola seus direitos humanos.
"Está-se violentando um direito fundamental, que é falar a própria língua. Os seres humanos temos a capacidade da linguagem, é uma capacidade criativa e que aos povos indígenas se lhes tenha impedido é uma violação profunda à dignidade humana", acrescentou.
Loncón ressaltou a necessidade em que seja abordada a reparação e a projeção da revitalização linguística, tanto nas comunidades indígenas como nas mesmas políticas públicas.
Entretanto, o subdiretor da Corporação Nacional Indígena (CONADI), Germán Riquelme, assinalou que a entidade que ele representa, se encontra realizando diferentes cursos que fomentam a persistência e o aumento de falantes do mapudungun.
No Dia Internacional da Língua Materna foi proclamado no ano 1999 pela conferência geral da Organização de Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).