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120426 lideres chilenos estudantisChile - Vermelho - Os líderes estudantis Noam Titelman, Camila Vallejo e Gabriel Boris marcham nesta quarta-feira (25) na primeira manifestação do ano. Na véspera, governo anunciou sistema de crédito estatal com taxa de juros fixa


Cerca de 200 mil pessoas foram às ruas nesta quarta-feira (25) em todo o Chile para participar da primeira grande marcha estudantil do ano de 2012. Os manifestantes reivindicam, desde o ano passado, um sistema educacional público gratuito e de qualidade. Segundo as associações estudantis, a capital Santiago teve 80 mil pessoas saindo da Praça Itália, passando pela Casa da Moneda, residência presidencial, e terminando na Praça dos Heróis, em frente à embaixada do Brasil. O único foco de confronto registrado foi próximo ao mercado municipal de Santiago, quando boa parte das pessoas já havia voltado para casa e os líderes estudantis terminado seu discurso.

Para o ministro da Educação, Harald Beyer, "a manifestação não se justifica, mas faz parte da liberdade de expressão". À véspera da marcha, o governo do presidente Sebastián Piñera, por meio do Ministério, anunciou, na terça-feira (24/04), uma série de medidas relativas à concessão de bolsas e ao financiamento do crédito universitário. As associações de estudantes, capitaneadas pela Confech (Confederação dos Estudantes do Chile), consideraram as ações governamentais um importante primeiro passo, porém insuficiente. Por isso, mantiveram o protesto.

Na terça (24), Beyer, anunciou o projeto de um novo crédito educativo. Entre as sete medidas específicas se destaca a criação de um fundo estatal que administrará os CAEs (créditos com aval do estado, principal programa de bolsas oferecido pelo governo), e não mais os bancos privados, como ocorre atualmente. O fundo é destinado somente a estudantes universitários.

Segundo Beyer, “o novo projeto nasceu de um estudo que buscou a forma mais barata de financiar as bolsas universitárias, e a que achamos mais conveniente era através de um novo organismo público”. O ministro, porém, não quis criticar o atual sistema: “o financiamento através dos bancos era o mais adequado em outro momento, mas o panorama atual indica que o volume de crédito vai crescer. Por isso, precisamos de outro modelo e uma mudança na forma de cobrança”.

Outro ponto importante da nova proposta governamental é a taxa fixa de juros para os novos créditos (que em um princípio será de 2% ao ano). O novo sistema de acesso às bolsas considerará critérios socioeconômicos e estipula uma fórmula de cobrança em que o pagamento das quotas ocorra somente quando o beneficiado entrar no mercado de trabalho.

Beyer acredita que, no futuro, o novo crédito educativo poderá cobrir até 90% dos universitários chilenos, mas não precisou quantos serãocontemplados no primeiro momento. Essa cifra dependerá do trâmite do projeto no Congresso. Por essa razão, ele fez um apelo pedindo pressa aos parlamentares. “Seria muito importante ter essas medidas implantadas já em 2013. Para isso precisamos de um debate o menos tumultuado possível”, afirmou.

O ministro negou que o anúncio das medidas na véspera da marcha fosse uma tentativa de esvaziar a mobilização. “As marchas estão autorizadas. Só esperamos que não haja distúrbios e que não seja uma atitude intransigente, que não feche as portas para um diálogo posterior”, concluiu Beyer.

Reação

“Uma pequena vitória dos que foram às ruas em 2011, mas que ainda não faz do panorama o ideal. Precisamos continuar mobilizados”, foi o termo usado pelo porta-voz da Confech e presidente da Feuc (Federação dos Estudantes da Universidade Católica) Noam Titelman para definir as medidas do governo.

O líder estudantil acredita que a saída dos bancos privados do sistema de crédito é um gesto na direção ao fim da busca pelo lucro na Educação, embora seja uma medida isolada. “Se o governo pode rever o lucro dos bancos também pode fazer o mesmo com as universidades. Senão cai em uma contradição e o projeto pode soar demagógico”, afirmou.

Após o anúncio, a Confech realizou uma reunião extraordinária, no final da tarde de terça, que terminou com a decisão de manter a marcha convocada para quarta. A vice-presidente da entidade, Camila Vallejo, afirmou que “ainda é cedo para saber o que se está propondo e como pretendem fazê-lo, para evitar que nos enganem com a letra miúda, que tem sido comum neste governo”.

Em entrevista ao Opera Mundi, Camila deixou clara sua desconfiança com respeito à proposta de Beyer: “É no mínimo intrigante o fato de os bancos estarem dispostos a perder um negócio tão grande como o sistema de crédito. Merecemos saber se eles realmente não receberão algo em troca”.

Sobre a marcha desta quarta-feira, a estudante, apontada pela revista norte-americana Time como uma das pessoas mais influentes do mundo em 2011, considera que “será o momento de revalidar as bandeiras do ano passado, e de dizer ao governo que queremos propostas claras, visando acabar com o endividamento das famílias e não apenas diminuir o problema. E isso só se consegue com gratuidade”.

A marcha estudantil desta quarta (25) foi realizada nas principais capitais provinciais do país. Em Santiago, a última marcha que teve autorização para passar em frente ao palácio presidencial aconteceu em 14 de julho de 2011.

Fonte: Opera Mundi


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