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bacheletChile - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A encruzilhada do governo Bachelet: controlar a população com algumas migalhas sob o fogo cruzado da direita. Qualquer semelhança com o Brasil é mera coincidência?


Com a reforma trabalhista, a Codelco precisaria destinar US$ 253 milhões adicionais em bônus. Porém, Bachelet capitulou e passou a atrasar e rebaixar as reformas para "evitar o aumento das incertezas do ambiente de negócios". Foto: Codelco (CC BY-NC-ND 2.0)

O "sucesso" da economia chilena é extremamente dependente dos preços do cobre. A primeira grande tentativa no sentido da implantação das políticas neoliberais, com o objetivo de conter o aprofundamento da crise capitalista, na década de 1970, aconteceu no Chile. Isso aconteceu na base das baionetas da sanguinária ditadura do general Augusto Pinochet e com direito às visitas a Santiago dos dois "teóricos" do neoliberalismo, George Friedman e von Hayek. O fracasso dessas políticas levaram o governo Pinochet a recuar e a voltar atrás na tentativa de privatizar a Codelco, a empresa estatal do cobre.

Na década passada, o Chile se beneficiou da disparada dos preços do cobre que passaram de US$ 1,87 por libra em 2005 para US$ 4,05 em 2011. O aprofundamento da crise capitalista na China levou a uma nova queda dos preços, em 2014, para US$ 3,11, o que provocou a queda do crescimento da economia de 5% ao ano, registrado nos quatro anos anteriores, para 1,4%, segundo os dados oficiais.

A política do imperialismo norte-americano para a América Latina é uma só. As exigências, portanto, são as mesmas, em linhas gerais, para os vários países da região. O denominador comum se resume à imposição de um duro plano de austeridade contra as massas a fim de garantir os lucros dos monopólios a qualquer custo, principalmente nas condições atuais em que os monopólios norte-americanos têm sofrido importantes perdas em todas as demais regiões do planeta.

Paralisia contra os trabalhadores

O ex-presidente chileno, o direitista Sebastián Piñeira, foi derrotado na tentativa de reeleger-se no ano passado. A candidata eleita, Michelle Bachelet, da Concertación, tem como objetivo reduzir a crise com o movimento estudantil e os indígenas Mapuches, e evitar a retomada do movimento operário, que já começou a mostrar avanços, principalmente no setor portuário e do transporte rodoviário.

Os vários governos "socialistas" que se sucederam após a queda da ditadura pinochetista não tocaram o essencial das políticas pinochetistas. Agora, sobre pressão popular, Bachelet tenta impor uma reforma trabalhista na tentativa de moderar alguns dos ataques mais brutais contra os direitos dos trabalhadores, ao mesmo tempo que os ataca em outras áreas. Por exemplo, as empresas não poderão contratar trabalhadores de fora durante as greves e serão aumentados os direitos de negociações coletivas.

A gritaria dos capitalistas têm sido generalizada. A Codelco anunciou o fechamento de várias minas de cobre até 2025, com o objetivo de manter os lucros. A concentração das atividades e o aumento da produção nas minas mais rentáveis consumirá US$ 25 bilhões nos próximos cinco anos.

De acordo com as câmaras de empresários, a reforma trabalhista custará US$ 3 bilhões às empresas e a Codelco precisará destinar US$ 253 milhões adicionais em bônus. Como parte da campanha, a direita passou a se valer das conhecidas denúncias de corrupção. A pressão da imprensa burguesa provocou a queda da popularidade de Bachelet. A capitulação foi imediata. O governo, seguindo a clássica política dos governos burgueses, mudou a cúpula dos ministérios de Finanças e do Trabalho, e passou a atrasar e rebaixar as reformas para "evitar o aumento das incertezas do ambiente de negócios".

As políticas do governo "socialista" chileno seguem o mesmo padrão de todos os governos nacionalistas burgueses, transformar-se num colchão de amortecimento contra a organização independente dos trabalhadores. Enquanto esses governos buscam manter-se no poder cedendo às pressões da direita pró-imperialista, eles se enfraquecem e abrem caminho para a queda. Essa direita, profundamente desgastada por causa do colapso das políticas neoliberais, busca chegar de novo ao governo por meio de mecanismos extraparlamentares. Os golpes brancos, que estão colocados à ordem do dia em toda a América Latina, conduzem inevitavelmente aos golpes fascistoides. O objetivo é garantir o saque pelos monopólios.


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