O acordo adotado em uma reunião com a presença do presidente Horacio Cartes e os dirigentes agrários foi a entrega de 300 dólares à cada uma das 20 mil famílias afetadas nos departamentos de San Pedro e Canindeyú como primeiro passo ao debate sobre outras demandas propostas.
Em realidade, esse pagamento deveria ter sido feito desde a semana passada mas na última hora o ministério de Agricultura colocou a lista dos beneficiários do subsídio e anunciou o começo de uma revisão que mantém em suspenso o desembolso correspondente.
Ante isso, os camponeses realizaram na sexta-feira passada (26) durante 10 horas o corte da rota III que une a populações da zona com esta capital e outras cidades, causando grandes engarrafamento e impossibilitando o passagem do transporte de ônus e todo tipo de veículo.
Fizeram uma pausa no protesto durante o fim de semana de natal e a partir de hoje retomam-se as mobilizações que envolvem a milhares de camponeses e seus familiares quem asseguram só retornar a normalidade quando começarem a receber os pagamentos.
A situação é ainda mais difícil, pois após conseguir essa normalização com a entrega dos recursos prometidos o governo e os camponeses voltarão à mesa de negociações para debater sobre outras demandas, como por exemplo a renúncia das dívidas da população rural com entidades públicas e privadas provocadas pela frustrada colheita, e a criação de uma instância oficial destinada a ajudar o desenvolvimento econômico e técnico da agricultura familiar.
Em compensação pelo apoio recebido desses grêmios os camponeses pedem o reembolso a docentes e médicos dos descontos feitos em seus depósitos pelas respectivas instituições oficiais como sanção pela última greve realizadas por eles.
Com o reinicio dos protestos o governo deverá desenvolver todos seus esforços para chegar outra vez a acordos pelas complicações que a ocupação das vias acrescenta ao atual panorama social existente no norte da nação.