A luta dos educadores, que cumprirão 30 dias de desemprego no dia 28 de agosto, se intensificou e radicalizou ante a negativa parlamentar a aprovar modificações na Lei de Aposentarias e melhorar o montante das designações aos professores retirados.
A Federação de Educadores do Paraguai, que encabeça os protestos, realizou mobilizações na grande maioria dos 17 departamentos do país e recusou as permanentes ameaças governamentais de agir com medidas administrativas.
À declaração de greve ilegal, feita por um juiz a pedido do Ministério de Educação, responderam os professores com a apelação ao Corte Suprema de Justiça que ainda não se pronunciou sobre esse recurso de amparo.
No entanto, apesar disso, o ministério decidiu aplicar o desconto dos dias de desemprego a um número de docentes que já superava os 50 mil este fim de semana, algo também apelado pelos advogados dos grevistas.
O desemprego, tal como se tinha convocado, terminará com a volta às aulas no dia 29, mas antes, a Federação, apoiada por outros sindicatos, anunciou mais mobilizações para a semana que começa e reuniões com pais e alunos para pedir apoio a seus protestos.
A atenção nacional também esteve centrada na aprovação do Congresso ao pedido presidencial de modificar a Lei de Defesa Nacional permitindo ao Poder Executivo mobilizar tropas para o norte da nação para enfrentar ao grupo armado que opera lá.
A maioria governamental junto ao agora aliado Partido Liberal aprovou o pedido com a única oposição da bancada da Frente Guasú e outros senadores que, em número total de 11 se opuseram à medida.
A essa rejeição uniram-se as organizações defensoras de direitos humanos baseando-se em experiências anteriores que marcaram sempre os excessos militares contra o campesinato pobre em zonas convulsionadas pela violência. No fim, 400 militares, sem descontar a possibilidade de chegar a mil efetivos, uniram-se a mil policiais ali presentes que o ministro do Interior, Francisco de Vargas, considerou insuficientes para eliminar a presença do assinalado grupo armado.
A visita do próprio presidente Horacio Cartes a Concepción, um dos departamentos afetados pela violência, serviu, no entanto, para o reconhecimento pelo mandatário de que a situação de pobreza extrema é o principal inimigo a ser vencido no Paraguai.