Trabalhadores do setor agrário da Colômbia começam nesta segunda-feira (19/08) uma paralisação nacional, por tempo indeterminado. Os agricultores pedem mais investimentos e atenção por parte do governo do presidente Juan Manuel Santos.
Anunciaram a adesão à greve representantes dos cafeicultores, arrozeiros, plantadores de cacau, caminhoneiros e mineiros, entre outros. Eles também se comprometeram a fazer mobilizações pacíficas e sem confrontos com as forças policiais.
O movimento Dignidade Cafeteira informou que a paralisação foi motivada pela falta de acordo com o governo para investimentos no setor. Os profissionais que trabalham na área de transporte também apoiam a greve geral. O movimento representa produtores de café de dez dos 32 departamentos (estados) da Colômbia.
Santos ordenou que a força pública atue com total contundência contra quem estiver bloqueando as vias e avisou que quem fomentar a desordem será penalizado. Antes disso, tinha sido firme ao afirmar que "não vamos sentar para negociar nada no meio de uma greve".
Em comunicado, a Associação dos Agricultores, apoiada pela Unidade Agropecuária e de Transporte, adiantou que há um protesto organizado para hoje em Bogotá, capital colombiana. Alguns produtores rurais reclamam que a importação de açúcar do Brasil prejudicou a produção colombiana.
A Associação Nacional de Transportadores, que representa os caminhoneiros, anunciou a adesão ao movimento porque considera que o governo não atende às suas demandas. Paralelamente, o Ministério do Interior reiterou que acionará a Justiça se houver desordem e bloqueio de estradas. “Quem tentar perturbar a ordem pública e promover ações violentas durante a paralisação será penalizado”, diz comunicado do ministério.
Preocupação
No meio das tensões e advertências do governo de levar a julgamento aqueles que tentarem perturbar a ordem pública, o movimento político e social Marcha Patriótica alertou em um comunicado sobre a grave situação de direitos humanos que quem se mobilizar para a greve terá que enfrentar.
"A Marcha Patriótica responsabiliza o presidente Santos; o ministro do Interior Fernando Carrillo; e o diretor geral da Polícia, Rodolfo Palomino, pelas violações aos direitos humanos executadas por integrantes das forças regulares do Estado que se apresentarem contra os manifestantes", afirma o texto.
* Com informações da rede multiestatal TeleSur e da Prensa Latina