Juntamente com o início da greve dos mineradores colombianos e a continuação dos protestos por parte dos camponeses, que já duram mais de um mês, os cafeicultores ratificaram nesta quarta-feira (17/07) seu apoio e convocação à paralisação marcada para 19 de agosto, quando todo o setor agropecuário da Colômbia deve parar, pedindo por mais atenção por parte do governo.

Os dirigentes do movimento Dignidade Cafeicultora denunciaram o governo de Juan Manuel Santos por não cumprir os compromissos assumidos no último mês de março, quando as duas partes firmaram um acordo que pôs um fim a uma prolongada paralisação desses profissionais.

A FNC (Federação Nacional de Cafeicultores) e o governo afirmam que os subsídios combinados estão sendo entregues, mas a Dignidade Cafeicultora reitera que os pequenos e médios produtores não têm acesso aos recursos estatais.

Apesar da convocação para a greve, um representante da Dignidade Cafeicultora, Luis G. Garavia, destacou que a associação está disposta a manter os diálogos com o governo se os benefícios forem garantidos a todos os produtores, sem exceção. O presidente Santos, por sua vez, considerou “injusta e contraproducente” a paralisação anunciada, uma vez que “esse setor [do café] recebeu mais ajuda do governo do que qualquer outro”. 

Paralisações

Com o anúncio da paralisação, os cafeicultores tomam parte em um movimento iniciado pelos camponeses da Colômbia, que há 37 dias bloqueiam a região de Catatumbo, no noroeste do país. Os protestos foram fortemente reprimidos pela polícia e deixaram ao menos quatro mortos. 

Os 16 mil agricultores protestam contra o governo de Santos e pedem a demarcação de uma Zona de Reserva, para evitar o avanço do latifúndio, além da reivindicarem da substituição gradual dos cultivos ilícitos mediante projetos sustentáveis.

Já os mineradores entraram em greve ontem (17), em ao menos 10 estados do país, exigindo um melhor tratamento por parte do Estado e a expulsão das transnacionais. Diversas vias e estradas importantes da Colômbia estão bloqueadas e a polícia local afirma que pelo menos 32 pessoas foram detidas desde o início das manifestações. Oito delas seriam menores de idade.

O Comitê Nacional do Paro Mineiro da Colômbia liberou comunicado informando que duas pessoas foram mortas, uma delas por ataque cardíaco causado pela inalação de gás lacrimogêneo. Ao menos 40 crianças foram hospitalizadas pelo efeito desse mesmo gás.

Com informações da rede multiestatal TeleSur e Prensa Latina