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trabalhadores-agArgentina - Causa Operária - Após a greve geral de 20 de novembro, aconteceram protestos nos dias 19 e 20 de dezembro, que a burocracia sindical manobrou para conter. Estouram saques em várias cidades devido ao aprofundamento da crise


O aprofundamento da crise capitalista na Argentina tem levado ao aumento do descontentamento das massas trabalhadoras.

A greve geral do dia 20 de novembro, que foi a primeira em dez anos, convocada pela CGT (Central Geral dos Trabalhadores) e pela CTA (Central dos Trabalhadores Argentinos), além de vários partidos da esquerda, aconteceu devido ao ascenso dos trabalhadores contra os ataques da burguesia com o objetivo de lhes repassar o peso da crise.

Nos dias 19 e 20 de dezembro, aconteceram manifestações na Plaza de Mayo, sede do governo argentino, em cima de três reivindicações principais – impostos sobre o lucro dos capitalistas, aumento dos salários familiares (espécie de bolsa família) e a devolução de recursos às Obras Sociais. A burocracia sindical não promoveu nenhuma medida para mobilizar os trabalhadores pela base e convocou os protestos para as 18:00. Além da CGT e da CTA, participou da convocação a CGT Azul e Branca, dirigida por Luis Barrionuevo. Não participaram a CTA oficialista, que é liderada pelo principal sindicato de professores, com quase 300 mil trabalhadores, nem a CGT oficialista que agrupa vários sindicatos importantes como os comerciários (mais de 400 mil trabalhadores), os metalúrgicos, os trabalhadores da saúde e um do funcionalismo, estes três últimos representando aproximadamente 200 mil trabalhadores cada um.

O objetivo da burocracia sindical foi canalizar os protestos das massas na data em que completavam 11 anos da queda do governo direitista de Fernando de La Rua, com o objetivo de conter a crescente radicalização.

Novos saques das massas empobrecidas no 11o. aniversário da queda de De la Rua

Quando se completavam 11 anos da queda do governo direitista de Fernando de La Rua, aconteceu uma onda de saques de supermercados e comércios em bairros pobres de várias cidades importantes da Argentina.

O saldo oficial foi de três pessoas mortas, 45 feridas, a metade dos quais eram policiais, 500 presas e mais de 290 estabelecimentos comerciais saqueados. O início dos saques aconteceu na cidade turística de Bariloche, onde, há três anos, a população pobre, protagonizou enormes protestos, após a polícia ter assassinado três jovens.

O estopim dos saques foi a redução das ajudas sociais para a população pobre pelo governo. A principal resposta do governo provincial peronista foi enviar 300 policiais, além dos mais 450 enviados pelo governo federal.

O efeito contágio atingiu imediatamente a capital da província de Entre Ríos, Rosário, várias cidades da província de Buenos Aires e a capital da província de El Chaco, Resistencia.

Os saques refletem a crescente explossividade social existente na Argentina e em escala mundial. A queda do ritmo de crescimento da economia, orientada à exportação de algumas matérias primas agrícolas e minerais, de 7% para 1%, está dificultando ao governo nacionalista manter os programas sociais e os aumentos salariais. A inflação está acima dos 20% segundo as agências provinciais de estatísticas. O preço dos alimentos tem aumentado em 40%. O índice de desemprego (oficial) aumentou de 7,2% para 7,6%, mas, na realidade, mais da terceira parte dos trabalhadores se encontra em situação precária, sem qualquer direito trabalhista. Os salários têm sido corroídos pelo arrocho salarial, a inflação galopante e o imposto de renda.

Os programas sociais estão na base do colchão social que suporta o regime político. Os planos de austeridade continuam sendo implementados, de maneira gradual, da mesma maneira que acontece no Brasil. Sob o nome de "sintonia fina", os direitos trabalhistas têm sido flexibilizados o que tem aumentado o arrocho salarial. Os aumentos dos salários nas "paritárias" (espécie de câmaras setoriais), já não estão conseguindo acompanhar a inflação; o governo tenta "compensar" os capitalistas pelas perdas em dólares e a "necessidade de aumentar a competitividade".

As tarifas dos serviços públicos continuam aumentando enquanto continuam sendo sucateados, o que é muito notório nos transportes e no setor elétrico.

Está colocado à ordem do dia na Argentina, no Brasil e em toda a América Latina a formação de partidos proletários que atuem de maneira independente dos vários setores da burguesia e do estado burguês. A necessidade da vanguarda revolucionária deverá ser colocada à ordem do dia no próximo período, quando passará a primeiro plano o enfrentamento entre a burguesia e os trabalhadores.


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