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crisefinanceiraalatinaAmérica Latina - PCO - Menos espaço de manobra financeira, expansões do crédito, pressões inflacionárias, rendimento decrescente do investimento público, bolhas imobiliárias, empréstimos incobráveis, deterioração dos termos de troca e do valor das exportações.


A Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), organismo das Nações Unidas, publicou, no dia 13 de setembro, o informe “Panorama da Inserção Internacional da América Latina e o Caribe 2011-2012”. O núcleo do relatório está centrado em que as economias da região continuarão se desacelerando, nos próximos anos, devido à queda das exportações provocada pelo desaquecimento da demanda na Europa, nos EUA e na China principalmente.

A Cepal prevê que as exportações crescerão apenas 4% em 2012 e as importações 3%, muito longe dos respectivos 23% e 22% de 2011. O comércio da AL (América Latina) com a UE (União Europeia) caiu 5% no primeiro semestre deste ano.

Entre os principais problemas estruturais apontados estão o predomínio das exportações em cima de um punhado de matérias primas, a concentração das exportações em cima de um punhado de empresas (menor a 2% ou 1% em quase todos os países), que concentram mais de 70% do total, e os baixos níveis de integração regional e produtiva.

Além da queda dos volumes envolvidos, os preços das matérias primas estão caindo devido ao esgotamento da especulação nos mercados futuros de commodities.

Em relação às exportações de bens intermediários, a metade (excluindo o México) têm como destino os países da região e o peso nos intercâmbios regionais alcançam apenas 10% do total das exportações.

O aprofundamento da crise capitalista na América Latina

O aumento da espoliação imperialista na AL tem somado à queda dos superávits comerciais com a China e a Europa, a queda do superávit com os EUA.

De acordo com o informe da Cepal “as economias emergentes também têm menos espaço de manobra financeira para introduzir medidas contra-cíclicas, devido, em parte, aos efeitos dos programas de recuperação implementados em 2009. Em vários casos, sua elevada magnitude levou a pronunciadas expansões do crédito, e em outros, ao surgimento de pressões inflacionárias, a um rendimento decrescente do investimento público e inclusive a temores de eventuais bolhas imobiliárias e de empréstimos incobráveis.

Outra limitante, que está aparecendo no transcurso de 2012, é a deterioração dos termos de troca e do valor das exportações, ante a queda dos preços de algumas matérias-primas. Isso afeta particularmente o saldo fiscal das economias exportadoras de minérios, metais e energia.”

Em 2011, as exportações da América Latina e do Caribe ao mundo alcançaram US$ 1,06 trilhões, dos quais mais de 40% relacionam-se com matérias primas, principalmente petróleo e minerais.

A Cepal estima a queda das exportações da AL e o Caribe para a UE, em 2012, em 5%. Mas seria de -7% para os países da América do Sul e de -19% para o Caricom (Comunidade do Caribe).

A recessão na zona do euro tem provocado a queda das exportações chinesas, o que tem afetado a situação doméstica e diminuído a demanda pelas matérias primas latino-americanas. Os principais produtos impactados são o minério de ferro, o cobre e a farinha de peixe entre outros.

A tendência a médio e longo prazo prevista pela Cepal para os minerais, e também para os produtos agropecuários, é à queda.

Em relação ao petróleo, do qual dependem o México, Venezuela e o Brasil, os preços mantidos artificialmente altos poderão cair no caso do aprofundamento da crise capitalista nos países centrais. Nesta perspectiva, a balança comercial desses países desabaria.

Os bens intermediários (manufaturados) têm caído na comparação com as exportações totais enquanto as matérias primas têm aumentado. Eles cresceram 19% na década de 1990, somente o fizeram em 6% na década seguinte. Essa queda foi especialmente sensível nos casos do México, que é principal exportador regional de bens intermediários (de 31% para 5%), e da América Central (de 29% para 7%), a partir de manufaturas localizadas em zonas francas, onde os impostos que as empresas pagam são baixíssimos e os direitos trabalhistas inexistentes.

A AL e o Caribe direcionam 54% das exportações dos bens manufaturados para os EUA, mas esse percentual é muito maior no caso do México.

Os países da AL e o Caribe representam uma fonte de mão de obra barata para o imperialismo norte-americano, mas ainda distante do ideal parasitário que seria algo em torno aos US$ 30 mensais que recebiam os operários chineses na década de 1980.


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