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635366711892031438wColômbia - Opera Mundi - Eleição presidencial será decidida em 15 de junho entre o candidato à reeleição, Santos, e o "uribista" Zuluaga.


O primeiro turno das eleições na Colômbia foi marcado por um clima conturbado, com direito a acusações e provocações entre Juan Manoel Santos e seu opositor Óscar Iván Zuluaga. Por outro lado, também houve uma atmosfera de trégua no conflito armado, devido ao cessar fogo unilateral dos grupos guerrilheiros FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de Liberação Nacional).

Como previam as pesquisas eleitorais, Santos e Zuluaga vão disputar a presidência no segundo turno, de cujo resultado dependerá o futuro dos diálogos de paz com as FARC. De acordo com Javier Fernando Torres Preciado, analista político da Universidad de los Andes, caso haja uma vitória de Santos, os diálogos se manterão em seu ritmo atual. No entanto, caso ganhe Zuluaga, serão impostas condições para as FARC, como o cessar fogo unilateral permanente, que dificultariam a continuidade deste processo. “É muito difícil terminar com um grupo ilegal que possui bases sociais, como as FARC, por via armada”, afirma Preciado, como fez Uribe e que provavelmente continuará Zuluaga, já que sua proposta é retomar as políticas uribistas.

Apesar das acusações e escândalos presentes neste primeiro turno, os resultados mostram que o candidato uribista possui alta aceitação em muitos setores da sociedade. Um dos motivos que está desfavorecendo o atual presidente, relata Preciado, é a forma como o candidato do partido Centro Democrático aborda o tema dos diálogos de paz em sua campanha. Como mostra afirmação presente na página web do partido, de que “a reeleição de Santos seria um passo ao castrochavismo”.

Abstenções

O voto na Colômbia não é obrigatório. Por isso, para incentivar os cidadãos a exercerem seu poder democrático, o governo oferece certos benefícios. O direito a meio dia de descanso remunerado no trabalho e descontos na tramitação de documentos são algumas das vantagens oferecidas. No entanto, estas eleições foram marcadas por uma das maiores taxas de abstenção (cerca de 60%).

Segundo Preciado, isso é um reflexo do desinteresse da população colombiana em participar do jogo democrático, além de uma apatia pela política. O desfecho dessas eleições dependerá da mobilização dos abstencionistas em participar ativamente na escolha do próximo presidente, além das alianças que serão criadas entre os outros candidatos, que obtiveram menos votos, com os dois aspirantes ao próximo mandato.

O processo eleitoral

Em total, foram montados 10.657 postos de votação, distribuídos nos 1.102 municípios do país. Para garantir a transparência do processo eleitoral, três organizações internacionais estavam presentescomo observadoras. A Unasul (União de Nações Sul-Americanas), a OEA (Organização dos Estados Americanos) e a Uniore (União Interamericana de Organismos Eleitorais) que supervisionaram itens como a tecnologia eleitoral, o financiamento das campanhas e a segurança eleitoral.

Em um dos postos, localizado no bairro Chapinero, na cidade de Bogotá, Irene Tobón Restrepo, jurada de votação, relata que os jurados que participaram destas eleições foram escolhidos aleatoriamente, e passaram por uma capacitação antes de exercer seu trabalho.  Todo o processo de contagem dos votos foi feito manualmente, com testemunhas eleitorais de todos os partidos, que monitoraram todo o processo, descreve a jurada. Maria Marta Monsalve, uma das eleitoras deste posto de votação, declarou que em um país que está vivendo muita violência, como a Colômbia, o voto é uma forma que o povo possui para se manifestar frente a esta situação. Sendo assim, Maria é um exemplo de como as opiniões dos colombianos estão adversas em relação aos diálogos de paz de Havana.

O domingo de eleições na Colômbia foi encerrado em um cenário de antagonismo de posições dos eleitores e incertezas de como será o futuro do processo de paz. Resta esperar qual das duas extremidades vencerá no próximo dia 15 de junho.


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