Em entrevista com ao jornal Granma, Lugo destacou que esse partido busca tornar-se a opção para a mudança e nesse sentido planejou uma estratégia de dupla via: parlamentar e política.
Como parte da segunda estamos organizando nosso primeiro Congresso para institucionalizar a política que emerge da Frente, apontou.
E sobre a primeira, acrescentou, foram reunidas as questões jurídicas que respondem às demandas sociais especialmente do campo.
Esse é o caso dos projetos de lei sobre temas como a organização da reforma agrária, a gestão fiscal, a defesa do meio ambiente, a questão dos povos originários, a energética, e outros tópicos que fazem parte da discussão dentro da bancada da Frente, detalhou.
Indicou que após esse processo a FG apresentará um rascunho perante o Parlamento.
Assegurou que esse bloco cria muitas expectativas e esperanças no povo paraguaio, sobretudo no campesinato, nos operários e em parte dos estudantes.
"Diante disso temos a grande responsabilidade de fortalecer, e sobretudo de responder com estratégias para ir crescendo e conseguir nosso objetivo de ficar na política paraguaia e de sermos atores da mudança real do país", afirmou Lugo.
O jornal recorda que o Paraguai tentou mudar o balanço de forças a favor dos excluídos, liderado pelo ex-bispo da Igreja Católica Fernando Lugo.
O presidente eleito democraticamente foi removido do Palácio de López (sede de Governo paraguaio) em junho de 2012 através um julgamento preparado no Congresso, o que significou a interrupção do processo de mudanças iniciado em 2008, acrescentou.
Lugo foi o candidato da Aliança Patriótica para a Mudança em 2007 e ganhou a presidência. No dia 22 de junho, depois de várias tentativas de desestabilização, foi organizado um julgamento político que provocou sua saída do Governo através de um golpe de Estado parlamentar.
O governo instalado após o golpe recebeu uma sanção de isolamento por parte de mecanismos como a União de Nações Sul-americanas, o Mercado Comum do Sul e a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos), até as novas eleições.
"Foi uma reação solidária em defesa da democracia no país e que demonstra além o novo cenário, muito diferente dos de décadas passadas, na América Latina", expressou Lugo.
Agora a integração regional permite velar pelos interesses dos governos emanados de eleições livres, transparentes e democráticas, em contraposição ao que ocorria tempos atrás quando se reafirmavam ditaduras militares, acrescentou.