A Petaquilla Gold já acumula uma dívida de 3,4 milhões de dólares com ex-trabalhadores. Após a situação agravada com a falta de pagamento de royalties e a não manutenção das operações de Molejón, a empresa anunciou que obteve uma linha de financiamento de 25 milhões de dólares para reestruturar suas atividades. Em acordo firmado com o fundo de investimentos Baseline Financial Group, a mineradora pretende cancelar a dívida com o Fundo de Segurança Social e pagar o salário atrasado de 600 trabalhadores. A empresa Arenisca Properties S.A. foi a encarregada de reativar as operações na mina.
A mineração é uma das atividades extrativistas que mais causam danos ao meio ambiente, afetando territórios indígenas, áreas protegidas e regiões camponesas. Estima-se que a atividade de mineração no Panamá se estenda a mais de 45% do território nacional. Atualmente, a empresa Petaquilla Minerals S.A. e suas subsidiárias atuam em uma área de mais de 40 mil hectares, somando as províncias de Coclé e Colón.
Para as comunidades afetadas de Coclesito, Villa del Carmen, não existe mineração responsável, nem amiga do meio ambiente, nem mineração verde ou sustentável. A mineração seria uma atividade insustentável diante da crise ambiental que ameaça a humanidade. A população denuncia que a empresa Petaquilla não cumpriu o prometido ao longo dos 18 anos de extração - avanços, auge econômico, desenvolvimento estrutural. O rio segue contaminado, não se pode navegar, plantar ou pescar na região. As mulheres também se sentem abandonadas, uma vez que a mineração prioriza os homens.
Os camponeses pedem união dos esforços para combaterem a exploração e assim dizer "não à mineração". Exigem ainda que o governo cobre medidas efetivas das empresas mineradoras para cumprir os acordos já firmados.
Confira aqui o vídeo em espanhol da entrevista com camponeses de Coclesito e Villa Del Carmen.