A carta, entregue por Lucio Cuenca Berger, diretor do Olca, também lembra a morte de quatro campesinos, assassinados recentemente no contexto das lutas por vida e água em seus territórios.
"As quatro novas vítimas de Espinar, somadas as de Bagua e às centenas de milhares de mortes lentas produto de projetos como Yanacocha, Tia Maria, Tintaya e outros, motivam a que, como comunidades que rechaçamos a megamineração em nosso território chileno, nos solidarizemos com o que sofre o mesmo flagelo em países vizinhos. Neste sentido, cremos que é urgente que sua embaixada manifeste público rechaço ao modo de operar das autoridades e da empresa mineira”, manifesta a carta.
O documento também cumprimenta os/as ativistas que ainda estão de pé, lutando diariamente e mobilizados em todo o território nacional sob o lema ‘Conga não vai’, frase emblemática que hoje significa luta em defesa das águas doces e da província de Cajamarca.
"Vemos com admiração e orgulho as mobilizações que neste dia 31 de maio começam articuladamente em diversas regiões do Peru e esperamos que em breve se restituam os direitos vulnerados às comunidades afetadas, entendendo que os triunfos da Conacami e das diversas organizações comprometidas nestas jornadas de greve nacional, são também nossos, assim como a luta é também nossa luta”, assinalam.
O intuito do Observatório Latino-americano de Conflitos Ambientais e das 13 organizações abaixo-assinadas foi apoiar a demanda das comunidades indígenas e campesinas do Peru, que vão ao encontro das demandas exigidas pelas comunidades chilenas. Entre os principais pedidos estão: proteção dos bens comuns, defesa das águas e da Mãe Terra, fim da criminalização e da perseguição dos que luta, pela vida e paralisação da megamineração química.
A Confederação Nacional de Comunidades do Peru Afetadas pela Mineração (Conacami) complementa, denunciando que os governos de Chile e Peru não têm implementado planos de desenvolvimento segundo as necessidades da população.