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internetCuba - La Pupila Insomne - [José Manzaneda, Tradução do Diário Liberdade] Os EUA dizem que permitirão às suas companhias que elas melhorem o sistema de internet em Cuba. Mas o culpado não era o governo cubano?


Sobre as esperançosas medidas da Administração Obama para aliviar alguns aspectos do bloqueio a Cuba, certos meios de comunicação internacionais informaram o fato com um tom muito exagerado. O diário espanhol El Mundo destacava que os "EUA afrouxam drasticamente o embargo comercial a Cuba".

Mas "drasticamente" significaria que Washington eliminou a maior parte das sanções e proibições do bloqueio, algo muito longe de ser verdade. O bloqueio segue intacto, assim como a proibição de se viajar livremente, como turista, dos EUA para a Ilha. Agora - e isso sim é um avanço positivo - é permitido executar, sem licença essencial, viagens que se enquadram em 12 pressupostos específicos.

Outra das medidas é a autorização que terão as companhias de telecomunicações para operar, comercializar e investir em Cuba. E na informação sobre este aspecto há algo que chama muito a atenção. Os mesmos meios, que durante anos, difundiram a ideia de que o governo cubano não desenvolvia a conectividade à internet, ou a oferecia a custos proibitivos, em uma estratégia de censura informativa e controle ideológico... agora contradizem essas "informações".

Lemos na CNN em espanhol que "os Estados Unidos permitirão às suas companhias (...) que elas criem a infraestrutura em telecomunicações (...) na ilha de Cuba (...), que melhore os serviços em áreas como a telefonia e a internet".

Nos diários espanhóis El País e El Mundo lemos um parágrafo idêntico, copiado da própria nota da assessoria de imprensa da Casa Branca, que nem sequer aparece entre aspas: "as empresas estadunidenses poderão exportar telefones celulares, (...) materiais de informática e participar no desenvolvimento das infraestruturas de acesso à internet em Cuba".

São os mesmos meios que, nos últimos anos, deram espaço constante à "dissidência" cubana cuja mensagem, repetida à exaustão, é que a baixa e extremamente cara conexão de internet em Cuba se deve a uma decisão política do Executivo de Havana.

As perguntas são evidentes: se Cuba solicita e aceita que empresas dos EUA colaborem na modernização de sua infraestrutura de internet... onde é que está a política de cercear a rede? Se a direção da empresa telefônica cubana Etecsa está há anos repetindo que seu objetivo é levar internet aos lares do povo cubano e acaba de anunciar que abrirá 136 novas salas de navegação, onde está o objetivo de limitar a internet? Se os meios de comunicação nos dizem agora que "os Estados Unidos permitirão que suas companhias criem infraestrutura em telecomunicações (em Cuba)", quem é o principal responsável pela dificuldade de acesso à rede na ilha? O governo de Cuba? Ou será o dos EUA?

José Manzaneda é coordenador da rede Cubainformación.


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