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rosacruzesilvaesquerdaAngola - Esquerda - A ministra da Cultura de Angola deu ordem para cancelar as duas apresentações da peça de teatro “As Orações de Mansata”, que estavam previstas para 16 e 17 de maio, no Nacional Cine-Teatro de Luanda.


 

As Orações de Mansata” é uma co-produção entre a Cena Lusófona, o Elinga Teatro (Angola), a Companhia de Teatro de Braga e A Escola da Noite (Portugal) e o Teatro Vila Velha (Salvador, Brasil). Sendo o resultado mais visível do P-STAGE, um projeto de formação, criação e difusão teatral financiado pela União Europeia no âmbito do programa ACP Cultures+, que envolve ainda, como parceiros e associados, a AD – Acção para o Desenvolvimento e o CIT Bissau (Guiné-Bissau), o CIT São Tomé (São Tomé e Príncipe), o Centro Dramático Galego (Espanha) e o Theatro Circo e o Teatro da Cerca de São Bernardo (Portugal).

A decisão da ministra, curiosamente, comunicada a três horas da estreia, é justificada por a sala alegadamente não reunir condições de segurança. No entanto, o teatro tem funcionado regularmente, acolhendo espectáculos de música, teatro e dança, cinema e outras iniciativas públicas, como as celebrações dos 40 anos do 25 de Abril. Para além disso, estavam programadas e anunciadas publicamente outras atividades e espetáculos até ao final de junho.

“Não é fácil explicar o sucedido. Vamos falhar um compromisso por razões que nos ultrapassam”, contou Pedro Rodrigues, da Cena Lusófona, ao jornal Público. O produtor cultural explicou a este mesmo jornal, que durante todo o processo de preparação do espetáculo nunca foi levantado qualquer problema de segurança relacionado com o teatro, que pertence a ministério da Cultura.

O cancelamento da peça provocou várias reações e acusações de censura, essencialmente nas redes sociais, dado o conteúdo político da mesma. “Este espectáculo fala da luta de poder, dos conflitos entre aqueles que lutam para obter poder e da corrupção”, explica Pedro Rodrigues. “Não é sobre a realidade angolana, mas essa associação foi feita aqui em Luanda”.

Segundo o Bloco Democrático, partido de oposição em Angola, “as razões invocadas pela ministra são mero pretexto”.

“O regime angolano não quer ver-se questionado quer direta, quer indiretamente, quer pela política ou pela arte, sobre os fundamentos do seu regime: um regime corrupto, assente num poder absoluto”, acusam.

O impedimento coloca em causa o cumprimento dos objectivos do projecto P-STAGE – IV Estágio Internacional de Actores e faz com que o público de Luanda fique privado de assistir ao espectáculo, cuja digressão internacional deveria terminar no passado fim-de-semana na capital angolana, depois de 31 sessões apresentadas em Portugal, Espanha e Guiné-Bissau, desde outubro de 2013, explicou em comunicado a Cena Lusófona.

 


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