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polskaPolónia - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] Além do controle do parlamento pela Plataforma Cívica e o seu apêndice, o também direitista Partido Popular da Polônia, o previsto aprofundamento da crise capitalista irá colocar as finanças públicas em xeque. As eleições legislativas que aconteceram três semanas atrás representarão um termômetro da situação política na Europa.


1/4 dos jovens poloneses estão desempregados. Foto: Alejandro Acosta.

"Válvula de escape" da crise: a livre migração na União Europeia

O grande fator de alívio das contradições sociais nos países mais atrasados da União Europeia tem sido a possibilidade dos trabalhadores migrarem para os países mais desenvolvidos, como a Alemanha, a Grã-Bretanha e os países nórdicos. Mesmo assim, o desemprego mantém taxas muito altas, principalmente nos chamados PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Estado espanhol) e nos países da Europa Oriental.

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Na Polônia, apesar da taxa oficial de desemprego se encontrar em torno a 10%, a quarta parte dos jovens está desempregada. Enquanto em 2004 emigraram menos de 20 mil poloneses, de acordo com as estatísticas oficiais, em 2013, o fizeram quase 300 mil.

O direitista Partido Plataforma Cívica, que controla o governo, tem aplicado algumas medidas contra as massas, dentro da política geral de austeridade, imposta pela União Europeia. O enorme repúdio das massas está na base da vitória do Partido Lei e Justiça, de extrema-direita, que venceu as recentes eleições presidenciais. Mas a extrema-direita não tem qualquer possibilidade de cumprir as promessas de campanha sem romper com as correntes impostas pelo imperialismo. E hoje a Polônia é um apêndice da burguesia alemã, apesar de algumas contradições com a burguesia polonesa.

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Além do controle do parlamento pela Plataforma Cívica e o seu apêndice, o também direitista Partido Popular da Polônia, o previsto aprofundamento da crise capitalista irá colocar as finanças públicas em xeque. As eleições legislativas que aconteceram três semanas atrás representarão um termômetro da situação política na Europa.

A crise avança em direção ao coração do capitalismo europeu

Os países centrais têm servido como colchão contra o aumento da crise na periferia. Ao mesmo tempo que garantem o domínio dos países mais pobres, se valem da mão de obra desses países como pressão para rebaixar os salários e os programas sociais nos países mais desenvolvidos. O chamado "estado de bem-estar social" está com os dias contados. O efeito colateral tem sido o aumento da crise na direção do coração do capitalismo europeu.

O Estado espanhol e a Itália, quarta e terceira maiores potências da zona do euro, se encontram numa crise gigantesca, que já se alastrou à França. A Grã-Bretanha está a anos luz do "paraíso" social dos anos de 1950 e 1960, quando implantou programas sociais, principalmente na saúde pública, de altíssima qualidade.

Os países nórdicos (Finlândia, Suécia, Noruega, Dinamarca e Islândia), assim como acontece com outros países de segunda ordem (Holanda, Bélgica, Suíça), ainda mantêm altas condições de vida e uma certa estabilidade, mas que tem ido se degradando, de maneira contínua, nos últimos anos.

O centro da estabilidade europeia hoje se encontra, em primeiro lugar, na Alemanha. Com o objetivo de conter a crise na periferia, de onde provêm mais da metade dos lucros dos monopólios, tem sido obrigada a assimilar os mecanismos que têm impulsionado essa crise. Queda das exportações, aumento dos títulos financeiros podres em circulação em escala alarmante, degradação das condições de trabalho. Por esse motivo, a burguesia alemã busca se desvencilhar das pressões do imperialismo norte-americano e, junto com as demais potências europeias (principalmente, os franceses e italianos), embarcar no chamado Novo Caminho da Seda, impulsionado pelos chineses e do qual a Rússia é o pivô na Europa.

Alejandro Acosta está atualmente no Leste Europeu acompanhando os acontecimentos geopolíticos na região como jornalista independente.


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