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polandPolónia - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A Polônia é controlada por uma direita ligada diretamente ao imperialismo alemão, mas que tenta impulsionar uma política independente sobre a base de fortalecer-se como a principal potência regional da Europa Oriental e de recompor a "grande Polônia".


Foto: alex.ch (CC BY-NC 2.0)

A bonança ou a crise dependem da Alemanha

A direita pró-União Europeia começou a perder terreno para a extrema-direita, conforme a crise econômica tem se aprofundado e os lucros têm ficado menores.

A população se encontra pacificada em cima de uma relativa prosperidade econômica. A estabilidade política conseguida nos anos seguintes à adesão à União Europeia, que aconteceu em 2005, foi conseguida em cima de enormes volumes de capital estrangeiro. Os investimentos foram muito favorecidos por meio de baixos impostos, e mão de obra qualificada e de baixo custo.

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Para o próximo período, está aberto o caminho para uma nova escalada dos protestos sociais, como os que tomaram conta do país no mês de setembro de 2013, quando, segundo a Câmara dos Vereadores da cidade de Varsóvia, no dia 14, pelo menos 100 mil pessoas se manifestaram contra os baixos salários, por melhores condições de trabalho e contra o aumento da idade das aposentadorias para os 67 anos. Os protestos foram convocados pelas centrais sindicais Solidariedade e a Aliança de Todos os Sindicatos da Polônia, que, na prática, são controladas pelo governo. Protestos similares tinham acontecido um ano antes.

A desestabilização social também tem crescido em todos os países vizinhos, como na República Tcheca, na Bulgária e na Romênia, principalmente, a partir de 2012, quando os mecanismos de contenção do colapso capitalista de 2008 começaram a ruir. Como pode ser visto de maneira gritante nos chamados países PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha), a crise foi contida por meio de vários mecanismos, que, no fundamental, acabaram impulsionando ainda mais a especulação financeira. Essas medidas aumentaram o contágio da crise sobre os países centrais, como a França e a Alemanha. No último período, os bancos europeus têm recebido trilhões do Banco Central Europeu a taxas em torno a 0% de juros. Mas essa medida somente gera a impressão de uma certa fartura enquanto impulsiona uma gigantesca bolha financeira, muito mais poderosa que as anteriores.

Os fundos da União Europeia têm escasseado, enquanto os cortes dos gastos públicos e os impostos têm aumentado. A piora da economia polonesa voltou a refletir o crescente estancamento da economia da Alemanha, que é o carro chefe da União Europeia.

Para o próximo período, está colocado um novo colapso econômico de proporções ainda muito maiores que o de 2008. A Alemanha busca alternativas para conter a implosão da economia, principalmente a diversificação dos mercados, já que hoje a economia alemã depende em aproximadamente 50% das exportações para a Europa.

A Alemanha representa, junto com a França, um dos pilares fundamentais do Novo Caminho da Seda, impulsionado pelos chineses. A Rússia é o pivô dessa incorporação, o que explica os esforços para conter a crise na Ucrânia, que estão na base das sanções e na perda de bilhões por causa da contração do comércio entre os dois países.

O Novo Caminho da Seda como falsa saída para a crise

O Novo Caminho da Seda pode facilitar a circulação de mercadorias em escala mundial, incorporar ao mercado, de maneira mais intensa, países e populações da Ásia Central, facilitar e baratear a logística etc. Mas, na base da crise capitalista mundial se encontra a superprodução relativa de mercadorias e todas as contradições próprias das leis do sistema capitalista. Portanto, melhoras no processo de circulação não têm como resolver os problemas estruturais, ou seja as leis da produção de mercadorias, que é a base do capital. O que devemos esperar é que os problemas sejam empurrados para a frente, mas ao custo de gerar novas e mais profundas crises.

As crises aparecem como se tratando de crises financeiras. Mas são crises estruturais, de superprodução. Essa aparência é natural já que hoje o coração da economia capitalista mundial é a especulação financeira. Somente os nefastos derivativos financeiros movimentam mais de US$ 1000 trilhões por ano, ou 15 vezes o PIB mundial. Se foi o tempo em que os lucros provinham da produção. Agora é a especulação financeira, o trabalho semiescravo nos países atrasados e os ataques contra as condições de vida nos demais países, o complexo militar industrial e a superexploração dos recursos naturais.

Alejandro Acosta está atualmente na Rússia acompanhando os acontecimentos geopolíticos na região como jornalista independente.


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