Edward Snowden, ao Guardian: "Não quero viver num mundo em que é gravado tudo o que digo ou faço". Foto: Thierry Ehrmann (CC BY 2.0)
A maciça espionagem mundial realizada pela NSA (Agência Nacional de Segurança) norte-americana foi desmascarada graças ao ex-agente da CIA e da NSA, Edward Snowden, que teria conseguido acesso a quase dois milhões de arquivos confidenciais.
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O uso de softwares, como o Xkeyscore, se valem do “data mining” (mineração de dados) para extrair informações de trilhões de comunicações privadas. O “Shotgiant” tinha como objetivo espionar as eventuais ligações da empresa chinesa Huawei, que é responsável por um terço das comunicações mundiais, com o exército chinês e também ter acesso ao equipamento vendido a outros países. A tecnologia integrada ao programa “Mystic” permite à NSA gravar todas as chamadas de voz efetuadas num país estrangeiro e guardá-las durante um mês para posterior acesso. O “Prisma” permite a coleta de dados de buscas na internet, conteúdo de e-mails, transferências de arquivo e bate-papo, de qualquer usuário da internet.
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A suposta democracia, que não passa da democracia para os ricos, a burguesia, não passa de um verniz, cada vez mais leve, que tenta encobrir a brutal ditadura a que o mundo se encontra submetido.
Em entrevista concedida ao jornal britânico The Guardian, Edward Snowden declarou: “A NSA construiu uma infraestrutura que lhe permite interceptar praticamente tudo. Com esta capacidade, a imensa maioria das comunicações humanas é gravada de maneira automática e sem selecionar alvos específicos. Se, por exemplo, eu quero ver os seus correios eletrônicos ou saber qual é o telefone da sua esposa, simplesmente posso usar os métodos de interceptação. Desta forma, posso apossar-me dos seus e-mails, das senhas, dos registros de telefone, dos números de cartões de crédito. Eu não quero viver numa sociedade que faz este tipo de coisas… Não quero viver num mundo em que é gravado tudo o que digo ou faço. Não se trata de que eu esteja disposto a apoiar ou viver sob este regime.”
Governos estrangeiros e empresas privadas são espionadas, sobre a cobertura da chamada “guerra ao terror”. Além de gravar as conversas telefônicas, a NSA quebra os códigos de criptografia usados pelo sistema financeiro.
Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.