1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (13 Votos)

malaccaEstados Unidos - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] A nova política dos Estados Unidos para a região Pacífico da Ásia representa uma mudança em relação à política aplicada desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Se trata de uma política de crise, pautada pelo aprofundamento da crise capitalista mundial e a redução dos recursos.


Porta-aviões norte-americano no Estreito de Malacca, por onde circulam 80% do petróleo e 30% do gás consumidos pela China. Foto: Kevin B. Gray/Released U.S. Navy (Domínio Público)

A aliança entre os países aliados era limitada ao mínimo enquanto se fortaleciam os acordos bilaterais. Somente no Japão e na Coreia do Sul ainda estão estacionados quase 100 mil soldados norte-americanos.

Leia também:

Quem são os espiões cibernéticos?

Por que Xi Jinping foi ao Vale do Silício?

Xi Jinping, o "reformista"?

As alianças regionais têm sido impulsionadas com o objetivo de fortalecer o controle dos países da região por meio de mecanismos mais flexíveis e mais baratos. Este é o caso da chamada Parceria do Pacífico, a TPP, por exemplo, e do novo papel do Japão na região.

Conforme o aprofundamento da crise capitalista tem impactado o orçamento norte-americano e levado ao enfraquecimento dos controles, as potências regionais têm se fortalecido e criado organizações que têm saído do controle do imperialismo. Este é o caso da OCX (Organização de Cooperação de Xangai) e dos bancos dos BRICS e de Infraestrutura da Ásia, por exemplo.

Leia ainda:

Quem é o espião?

Uma guerra mundial no mar do sul da China?

O Japão passou a ser impulsionado como uma espécie de “proxy” da política militar dos Estados Unidos. Mas o desenvolvimento da crise conduz, inevitavelmente, à política do “salve-se quem puder”, o que implica na tendência ao acirramento das contradições e ao enfraquecimento da frente única por meio da qual o imperialismo norte-americano tem controlado o mundo desde 1945.

O Japão continuará fiel aos EUA?

O Plano Marshall recolocou em pé o imperialismo europeu e japonês devido à necessidade de conter o desenvolvimento das tendências revolucionárias, em primeiro lugar.

O Japão representa uma das duas principais potências imperialistas industriais junto com a Alemanha. A necessidade de garantir o suprimento de matérias primas o posiciona como um concorrente estratégico tanto da China como dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, a contenção do Japão faz parte da política norte-americana do controle da Costa Oeste.

A recessão da economia japonesa da década de 1990 levou à disparada do endividamento e à queda dos lucros por causa da política da burguesia de manter a estabilidade social. Os salários continuaram aumentando e a economia japonesa se tornou pouco competitiva em escala mundial.

Hoje a economia capitalista depende visceralmente de salários baixos para manter os lucros. Por esse motivo, um grande número de plantas industriais foi movido do Japão para outros países da região. A Coreia do Sul enfrentou o mesmo problema a partir da crise dos chamados “Tigres Asiáticos”, que aconteceu em 1997, e teve que manobrar para conter os protestos sociais e manter a competitividade das exportações, o que acabou provocando a queda da taxa de lucro.

Hoje, a China também enfrenta o problema do aumento dos salários, que passaram de aproximadamente US$ 30 na década de 1980 para aproximadamente 3.500 iuanes, ou US$ 450, nas principais cidade do país: Beijing, Xangai e Huan Do.

Conforme a crise capitalista se aprofunda, também se desenvolve a política do “salve-se quem puder”, impulsionada pelos monopólios para salvar os lucros. A burguesia fortalece a extrema-direita com o objetivo de impor uma saída de força para a crise, que passa tanto pelo controle das massas como inevitáveis guerras, promovidas com o objetivo de ampliar o controle do mercado mundial.

As ilhas chinesas no Mar da China

A política chinesa para enfrentar a agressividade imperialista é fundamentalmente defensiva, principalmente levando em conta a desvantagem em tecnologia militar, que fica muito clara quando se avaliam os porta-aviões e os submarinos norte-americanos. Somando os fatores políticos e econômicos, a capacidade de expansão da China é bastante limitada na situação política atual.

As ilhas artificiais que os chineses têm construído no Mar da China, como nos arquipélagos de Spratleys e Paracels, fazem parte dessa política defensiva. A busca pelo controle sobre a maior parte do Mar Meridional da China se dá pois se trata de um dos principais calcanhares de Aquiles, junto com o Estreito de Malaca.

O Estreito de Malaca se encontra localizado entre a Malásia e a Indonésia. Trata-se de uma faixa com apenas 30 quilômetros de largura que é controlada pela marinha norte-americana. Por ele circulam 80% do petróleo que hoje a China consome e 30% do gás.

Os países do Sudeste Asiático têm aumentado as contradições com a China na região impulsionadas pelo imperialismo norte-americano. O Vietnã controla dois atóis em Spratleys. O acordo dos Estados Unidos com as Filipinas inclui o uso de sete bases; na base de Carlito Cunanan se encontra o coração da atuação na China Meridional. A Sétima Frota atua no Mar da China Oriental e também entre os oceanos Pacífico e Índico.

As ações dos chineses têm como objetivo conter a pressão do imperialismo contra a “proteção” da “liberdade de navegação”. Entre elas estão o Novo Caminho da Seda, o Novo Banco dos BRICS e o Banco Asiático de Investimentos de Infraestrutura, do qual participam a Alemanha, a França, a Itália e a Inglaterra.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.