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120915 China desfile militarChina - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] China e Coreia. Qual Coreia?


No desfile militar, realizado em Beijing no dia 3 de setembro, esteve presente a presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, e não esteve presente o principal dirigente da Coreia do Norte, Kim Jon-un. No lugar de Kim Jong-un participou o secretário-geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte, Choe Ryong-hae.

A visita de Park Geun-hye durou três dias e incluiu reuniões com o presidente chinês Xi Jinping. Por quê? O que está por trás disso?

A Coreia do Norte tem sido usada como a desculpa principal dos Estados Unidos para justificar o deslocamento, para a região Pacífico da Ásia, da metade do orçamento do Pentágono. A cada ameaça do Congresso de cortar o orçamento militar, uma nova ameaça de conflito militar com a Coreia do Norte tem surgido.

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A Coreia do Sul busca absorver a Coreia do Norte, da mesma maneira que a RFA (República Federal Alemã) o fez com a antiga RDA (República Democrática Alemã). A China apoia essa política e tem se aproximado da Coreia do Sul. Da mesma maneira, o tenta fazer a Rússia. Após o colapso capitalista mundial de 2008, a prioridade da reunificação passou para um segundo plano devido aos altos custos envolvidos. Agora a preocupação, tanto dos governos da Coreia do Sul quanto dos chineses, passou a ser o colapso do regime na Coreia do Norte que teria o potencial de desestabilizar a região.

Qual é a poítica chinesa para a península coreana?

Enquanto, no último período, as relações entre a China e a Coreia do Sul têm melhorado, as relações com a Coreia do Norte têm ficado paralisadas e, em alguns períodos, até têm piorado, principalmente após o terceiro teste nuclear, realizado no mês de fevereiro de 2013, que o governo chinês tinha pedido explicitamente para que não fosse realizado.

A burocracia chinesa tem encontrado dificuldades para controlar de maneira estreita a Coreia do Norte, de acordo com os próprios interesses. Os testes nucleares são considerados como uma desculpa que a Coreia do Norte entrega em bandeja para o imperialismo justificar a manutenção da presença militar na Ásia Pacífico, para onde o Pentágono direcionou nada menos que a metade do orçamento. Da mesma maneira, a lentidão para estabelecer as reformas no estilo do chamado “socialismo de mercado”, seguindo o modelo chinês, tem dificultado a ampliação dos negócios. Várias linhas de crédito para a Coreia do Norte têm sido reduzidas. A renovação da malha ferroviária, um projeto bilionário, não será feito por empresas chinesas, mas pela Rússia.

A Coreia do Sul tem aumentado as relações comerciais com a China e aberto a possibilidade de novos negócios. As contradições com o Japão têm colocado o país em rota de colisão com o imperialismo norte-americano, em alguns aspectos, e tem facilitado a aproximação com o governo chinês. Perante o aumento da pressão do imperialismo norte-americano, quebrar as alianças que este tenta impor e manter, e estabelecer as próprias, tem se transformado numa prioridade para os chineses. Trata-se de um vale tudo para defender os próprios interesses.

A burguesia nacionalista não tem objetivos ideológicos ou morais. Ela faz parte da burguesia, mesmo que do setor mais fraco. Por esse motivo, o objetivo é salvar os lucros a qualquer custo. Não é de se estranhar que os chineses tenham sido aliados próximos da brutal ditadura militar na Birmânia, do Sudão e de vários governos truculentos na África. Da mesma maneira, nos últimos meses, o “Pinochet” egípcio, al-Sisi se transformou num aliado próximo do governo Putin.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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