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subChina - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta] O calcanhar de Aquiles da China é a guerra submarina.


Foto: Wikimedia Commons (CC BY-SA 3.0)

A China e as demais potências regionais, em primeiro lugar, a Rússia, aplicam uma política militar defensiva, de contenção contra a agressividade do imperialismo. A capacidade da China para realizar incursões além do próprio território é muito limitada. E a capacidade da China para enfrentar o imperialismo norte-americano, além das fronteiras, em uma guerra ofensiva é extremamente limitada. Nada menos que a metade do orçamento do Pentágono foi direcionado para a região Pacífico da Ásia. Modernos porta-aviões armados com ogivas nucleares e modernos submarinos compõem o grosso da VII Frota, que representam, justamente, o calcanhar de Aquiles da Marinha da China.

A política militar do governo chinês considera duas áreas principais no Pacífico Ocidental, que se encontram sob a ameaça direta dos Estados Unidos. A primeira cadeia de ilhas fecha o Mar Amarelo, o Mar da China Oriental e o Mar Meridional da China, por meio das ilhas que vão do Japão até o Vietnã, passando por Taiwan, as Filipinas e a Malásia. O círculo posterior se estende desde o Japão até a Indonésia, passando pelas Ilhas Marianas do Norte, a base norte-americana de Guam, a Micronésia e Palau.

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Além da ameaça direta da Sétima Frota norte-americana, há o crescente fortalecimento do poderio militar do Japão, uma potência industrial que tenta conter a crise capitalista impulsionando uma saída de força.

A força submarina da China é infinitamente mais fraca que a dos Estados Unidos e mais fraca que a do Japão e a da Coreia do Sul. O Japão possui a segunda maior frota de submarinos, apenas atrás da frota norte-americana. Os chineses têm direcionado enormes volumes de recursos para o setor, mas o mesmo tem sido feito pela Coreia do Sul, o Japão, a Austrália, o Vietnã, a Malásia e Taiwan.

Perto e longe dos EUA

Os caça-submarinos 037, que compõem o grosso da força da China, são antigos e dispõem de equipamentos ultrapassados, como sistemas de sonar antigos, foguetes anti-submarinos, morteiros e cargas de profundidade para enfrentar os modernos submarinos inimigos. A partir de 2014, as novas corvetas 056A se juntaram aos submarinos nucleares. Apesar destes terem quadruplicado o número nos últimos cinco anos, ainda se encontram a décadas de distância do grau de desenvolvimento dos silenciosos submarinos nucleares norte-americanos.

Os submarinos eletrodiesel têm como objetivo garantir a zona de exclusão entre as chamadas primeira e segunda cadeias de ilhas, principalmente a partir das Filipinas. O objetivo a longo prazo é incorporar submarinos nucleares, pois abrem a possibilidade de atingir o planeta reforçados com capacidade nuclear balística. Tanto os submarinos classe 93 Shang como os 93B não ultrapassam a tecnologia norte-americana dos anos de 1970 dos submarinos classe Los Angeles. A diferença em relação aos novos submarinos classe Virginia é gigantesca. Os aviões Shaanxi Y-8Q complementam as corvetas, mas o sistema de defesa, de conjunto, ainda se encontra defasado em, pelo menos, uma década. O número de helicópteros dedicado à guerra anti-submarina também se encontra aquém do necessário para enfrentar uma agressão em larga escala.

Uma política militar defensiva

Os submarinos mais modernos são difíceis de serem atingidos por meio da tecnologia atual da China, ao mesmo tempo que representam uma importante ameaça com os seus mísseis. A inclusão dos aviões anti-submarinos Gaoxin-6 resolve parcialmente o problema. No mesmo estado, se encontra a produção de corvetas anti-submarinos, a inclusão de equipamentos de detecção nos navios de guerra e a construção de uma rede de sensores, destinada a detectar submarinos, nos mares da China Meridional e Oriental.

A política militar da China, em primeiro lugar, tem buscado garantir a integridade das fronteiras por meio do desenvolvimento da tecnologia que possibilitou colocar em pé vários tipos de mísseis. Mas a crescente agressividade do imperialismo norte-americano e a necessidade da China de se expandir tanto para garantir o acesso às matérias primas como aos mercados, perante o aprofundamento da crise capitalista, tem levado ao direcionamento de importantes recursos para a construção de porta-aviões, submarinos e aviões de suprimentos que permitam operações em longas distâncias. Essas fraquezas ficaram evidentes há três anos com a crise na Líbia. O governo chinês foi obrigado a contratar navios para evacuar os chineses que se encontravam no país.

O mercado mundial foi dividido por meio de sangrentas guerras mundiais. O controle tem sido garantido por meio de uma corrida armamentista frenética. O imperialismo representa uma força colossal que somente abrirá mão do controle se for derrotado em termos militares.

A burguesia das potências regionais, devido à fraqueza em comparação com a burguesia imperialista, é obrigada a aplicar uma política defensiva e precisa se apoiar nas massas para enfrentar o imperialismo, mas somente consegue avançar, nesse sentido, de maneira limitada por causa das contradições sociais e do temor ao desenvolvimento das tendências revolucionárias. Trata-se de uma burguesia que, na busca pelo lucro, entra em choque com o imperialismo, mas que também negocia e estabelece acordos com o imperialismo.

Para o próximo período, está colocado um novo colapso capitalista de proporções ainda maiores que o colapso de 2008. O regime capitalista de conjunto deverá enfrentar um novo aprofundamento da crise. Novas rachaduras aparecerão e a classe operária, que se encontra paralisada há décadas, deverá entrar em movimento como fator político determinante.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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