1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (1 Votos)

migracaoAmérica Latina - ADITAL - [Marcela Belchior] Historicamente, a migração tem sido um fenômeno comum entre homens e mulheres, refletindo a necessidade de buscarem melhores condições de vida e subsistência. Milhões de pessoas se movem, diariamente, de um lado para outro, gerando transformações importantes na economia e na cultura das nações de origem, trânsito e destino. Na América Central, entretanto, esses fluxos geram dinâmicas perniciosas, ligadas à violência e ao crime organizado, que põem em risco a vida dos migrantes e ameaçam destruir suas famílias.


Um informe recentemente divulgado pela Fundação Avina, organização que defende o desenvolvimento sustentável na América Latina, aponta que o fenômeno migratório da América Central com destino aos Estados Unidos tem tomado proporções alarmantes. "Uma migração que, entre 1970 e 1980, foi impulsionada pela instabilidade política e os conflitos armados, hoje em dia, se vê influenciada pela falta de oportunidades econômicas e pelos altos graus de violência que se vivem no istmo centro-americano", afirma a organização.

De acordo com a Avina, dados de 2014 do centro de pesquisa Inter-American Dialogue indicam que mais de 100 mil centro-americanos entram, anualmente, nos EUA, muitos deles de maneira irregular, ou seja, sem a documentação ou autorização requerida pelo país de trânsito e/ou de destino. A organização elenca que as causas que levam ao movimento migratório na região são muitas. Entre elas estão: a demanda por mão de obra qualificada, a reunificação familiar, a proteção diante da presença do crime organizado e as altas taxas de homicídio nos países de origem.

Leia mais:

Refugiados: busca por sobrevivência intensifica fluxo migratório

Crianças imigrantes da América Central são vítimas de abuso na fronteira com EUA

Fugindo do conflito de gangues, jovens se arriscam em migração ilegal

Dados demográficos difundidos pela Avina dão conta da estimativa de que 6,72 milhões de imigrantes irregulares que residem nos EUA procedem do México. Em um distante segundo lugar figura El Salvador, com 690 mil pessoas, e Guatemala, da qual são provenientes cerca de 560 mil pessoas. Honduras aparece em quarto lugar, com 360 mil imigrantes.

O caso de El Salvador

Sobre El Salvador, a organização relata: "em 2009, devido à crise mundial, a economia desse país sofreu uma desaceleração que tem apresentado uma recuperação lenta nos últimos anos; contrabalanceada por um aumento do crime e da violência, que afeta, negativamente, a qualidade de vida dos salvadorenhos, ao mesmo tempo em que desestimula o desenvolvimento socioeconômico do país", explica a Avina, por meio de dados do Banco Mundial referentes a 2014.

No âmbito social, estudos demonstram que a metade dos salvadorenhos conhece alguém que migrou sem a documentação requerida pelo país de origem. Um em cada quatro salvadorenhos, especialmente homens jovens, são interessados em migrar para outro país por conta da violência e insegurança. Segundo a Avina, pesquisas realizadas no último ano apontam que os salvadorenhos percebem a falta de oportunidades econômicas como o mais importante e imediato propulsor das migrações, aparecendo em 47% das respostas.
Dados da Inter-American Dialogue indicam que, em nível econômico, os modelos de desenvolvimento implementados têm deixado o país "vulnerável e/ou excludente" para seus cidadãos, o que faz com que 40% da população viva abaixo da linha de pobreza, somando-se aos índices de violência provocados pelo crime organizado.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.