A denúncia encaminhada ao Diário Liberdade terá chegado do Guarda Prisional Principal, quem assina o comunicado. Segundo essas informações, um recluso terá sido "brutalmente agredido pelos guardas que se encontravam de serviço", desfalecendo a vítima e precisando mesmo de cuidados médicos. E isso tudo por uma resposta "incorreta e desrespeitosa" a um guarda da cadeia.
Foto de Jony Cunha (CC)
O texto recebido pelo Diário Liberdade informa, ainda, de espacamentos contra as pessoas que protestaram contra o abuso de autoridade e de silenciamento do caso.
Reproduzimos a seguir a denúncia do Guarda Prisional Principal.
"Assunto: Denúncia
Venho por este meio comunicar o seguinte:
Em 14 de Agosto de 2014, no Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira, o recluso 1024, internado em regime de segurança foi brutalmente agredido pelos guardas que se encontravam de serviço na secção de segurança e os que se encontravam de serviço no pavilhão de segurança, tendo o mesmo que receber assistência médica e ser suturado em várias partes do corpo.
Depois de ter respondido de forma incorreta e desrespeitosa a um guarda que ali se encontrava de serviço a “equipa” que se encontrava de serviço resolveu espancar brutalmente o recluso em questão, chegando mesmo o recluso a desfalecer.
Foi ainda pedida ajuda aos guardas do pavilhão de segurança para se juntarem à “festa” e fazendo justiça pelas próprias mãos, agindo de forma irresponsável e de forma desproporcional ao ato de desrespeito do recluso, quando uma simples participação ao Sr. Diretor do Estabelecimento Prisional pelo comportamento do recluso bastava.
Depois de se aperceberem do abuso de autoridade dos guardas alguns reclusos começaram a bater ás portas, em sinal de protesto a este ato bárbaro cometido pelos guardas, foram também todos eles espancados.
Todas as pessoas dos serviços clínicos que se encontravam de serviço naquele dia, enfermeiros e médica, são conhecedores da situação. O recluso foi ainda impedido de ir ao Hospital para que o assunto fosse abafado e transferido para o Estabelecimento Prisional de Monsanto.
Este tipo de atitude não dignifica o corpo da guarda prisional, e é um ato que deve ser severamente punido e censurado. Pessoas com este tipo de comportamento não dignificam o corpo de guardas prisionais e nem tão pouco deveriam prestar serviço público.
Atenciosamente,
Paços de Ferreira, 18 de Agosto de 2014
Guarda Prisional Principal"