Relembre-se os acontecimentos: na passada semana, sob o pretexto de um alegado lançamento de uma pedra por um rapaz, os agentes que circulavam no bairro da Cova da Moura numa carrinha da PSP iniciaram uma onda de retaliação totalmente inaceitável.

De acordo com testemunhos de moradores do bairro, seguiu-se uma “caça ao homem”, tendo sido depois detido o alegado atirador da pedra. A prisão do rapaz terá sido realizada com enorme violência, o que levou gente a juntar-se em torno da polícia.

Em resposta a polícia disparou tiros de caçadeira com balas de borracha. A polícia alega que disparou para o ar um único tiro, mas uma senhora que estava à janela foi atingida na perna e no tronco, tendo sido assistida no hospital.

Na mesma tarde, alguns membros do Moinho da Juventude foram à esquadra da polícia de Alfragide para “apresentar queixa contra a forma violenta utilizada pela polícia na detenção do jovem”. A recepção que tiveram foi nos mesmos termos. Segundo Mamadou Ba, do SOS Racismo, “a PSP prendeu e agrediu selvaticamente jovens activistas sociais e militantes negros que tiveram de receber assistência médica em consequência das feridas e mazelas sofridas.” Mais info aqui ou aqui.

A polícia desculpou-se depois, dizendo que os jovens tinham tentado uma “invasão” à esquadra.

Só depois se conheceu a realidade da violenta intervenção da polícia no Bairro e só dias depois os 5 jovens espancados pela polícia foram libertados.

Não há justificação para os atos da polícia e é necessária a sua condenação total. Os agentes da PSP que espancaram estes jovens têm de ser julgados e o Ministro da Administração Interna, como responsável máximo, tem de vir prestar contas sobre o comportamento dos seus agentes.

Esta quinta-feira está convocada uma manifestação contra o racismo e a violência policial para a Assembleia da República às 17h.

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Reportagem RTP aqui.