Os trabalhadores da Carris fazem nesta quarta-feira uma greve de 24 horas e os trabalhadores das empresas públicas de transportes Carris, Metro de Lisboa, Transtejo e Soflusa marcham contra a privatização dessas empresas e em defesa do serviço público de transportes a partir das 10 horas desta quarta-feira, 22 de abril, em Lisboa, entre o Cais do Sodré e o Largo Camões.
Em encontro de representantes dos trabalhadores destas empresas, realizado no passado dia 7 de abril e em que participaram também representantes do Movimento Não TAP os Olhos e do SNPVAC – Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil, aprovaram uma resolução em defesa de melhores transportes e de combate às privatizações.
Nessa resolução, denunciam a "profunda degradação da qualidade e fiabilidade da oferta de transportes públicos", contestam "a forma como se está a realizar a reestruturação das quatro empresas", denunciam a "negociata com a Parceria Público Privada em preparação para a Carris e o Metro" e o "aumento brutal de encargos para o Estado que estas PPP representariam".
No mesmo documento os trabalhadores exigem: "o imediato cancelamento dos concursos para a subconcessão da Carris e do Metro de Lisboa bem como dos que se prepara para a Transtejo e a Soflusa" e o cancelamento dos processos de reestruturação em cursos nestas empresas. Decidiram também "apelar aos utentes, às populações e às autarquias para uma crescente intervenção na defesa dos transportes públicos" e convocar a marcha para esta 4ª feira 22 de abril. Decidiram ainda lançar a petição Por melhores transportes públicos, travar as privatizações na Carris, Metro de Lisboa, Transtejo e Soflusa.
Assembleia Municipal de Lisboa apoia marcha
A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou uma moção contra a privatização destas empresas de transportes e de apoio à marcha que se realiza nesta quarta-feira. A moção foi aprovada com os votos de Bloco de Esquerda, PCP, PEV, PS, PAN, PNPN e Independentes do PS e nela exige-se o "imediato cancelamento do processo de reestruturação em curso nestas empresas e das privatizações aí incluídas", "que o governo cancele de imediato os concursos para a subconcessão da Carris e do Metro de Lisboa bem como aqueles que prepara para a Transtejo e a Soflusa" e, nomeadamente, contesta-se "a separação dos Eléctricos, Ascensores e Elevadores do Serviço Público de Transportes, com a intenção de que se destinem estes meios de transporte, em exclusivo ao sector turístico, a sua integração na CarrisTur, o processo anunciado de privatização da CarrisTur, empresa rentável do sector", contesta-se ainda "a divisão do Metropolitano de Lisboa em três".
Manifestação dos trabalhadores da administração local
Os trabalhadores da administração local manifestam-se a partir das 10.30 horas em Lisboa, entre o Rossio e o Ministério das Finanças.
Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins (STAL), os trabalhadores reivindicam "a aplicação das 35 horas em todo o sector e a publicação dos acordos que consagram este horário máximo", condenam "a ingerência do Governo nas competências das autarquias" e reclamam "o respeito pela autonomia do Poder Local" e "serviços públicos de qualidade".
Os trabalhadores da administração local reivindicam ainda o "fim da sobretaxa extraordinária do IRS", "salário mínimo de 540 euros", um "aumento geral dos salários", as 35 horas e " a publicação de mais de meio milhar de acordos coletivos (ACEP), negociados pelo STAL, que consagram as 35 horas" e que o governo bloqueou.
A Câmara Municipal de Lisboa (CML) avisou a população da cidade que o sistema de recolha de lixo na cidade vai sofrer alterações, na terça e quarta-feira, devido à greve dos trabalhadores da administração local. A CML recomenda a todos os moradores que separem e acondicionem devidamente os seus resíduos domésticos e evitem a sua deposição na rua na noite de terça-feira.