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130814 missouriEstados Unidos - Prensa Latina - A morte a tiros do jovem negro Michael Brown por um oficial na cidade estadunidense de Ferguson reaviva o debate sobre o uso da força letal entre os agentes da polícia e a discriminação racial.


O assassinato de Brown, de 18 anos, no último sábado (9), gerou de imediato uma onda de protestos na população da pequena cidade e no resto do estado de Missouri, onde durante a noite de segunda-feira e a madrugada desta terça (12) a polícia e tropas anti motins lançaram gases lacrimogêneos e balas de borracha para reprimir dezenas de manifestantes.

Os participantes das jornadas de desobediência pedem que os fatos sejam esclarecidos, que o nome do assassino seja divulgado e que seja acusado por assassinato, segundo informam meios locais, que também informaram que a polícia prendeu pelo menos 32 pessoas no último domingo.

"Nunca vi algo como isso na minha vida", disse Eric Crawford, de 25 anos, que foi surpreendido por uma nuvem de gás lacrimogêneo, segundo artigo publicado na página digital do diário The Washington Post.

O FBI anunciou na segunda que fará uma investigação sobre o trágico incidente.

"Estamos indignados porque uma vez mais um jovem negro foi morto pela polícia", disse John Gaskin, um dos responsáveis da Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor.

Embora os detalhes que cercam a morte de Brown ainda sigam obscuros, o caso relembra a animosidade racial que irrompeu depois do homicídio a tiros do jovem negro Trayvon Martin, de 17 anos, ocorrido no estado da Florida.

O assassino de Martin, George Zimerman, um ex-vigilante voluntario, foi absolvido no ano passado, meses depois de matar com uma bala o adolescente negro que, da mesma forma que Brown, caminhava desarmado.

Naquele momento o presidente Barack Obama pediu calma e refletiu sobre o tema racial, mas não fez comentário algum sobre o caso de Brown durante uma visita pública que fez nesta segunda ao balneário de Martha's Vineyard, em Massachusetts, onde se encontra de férias.

Por outro lado, o reverendo Al Sharpton, ativista dos direitos civis, advertiu que a ocorrência desses fatos está vinculada a um "problema mais amplo, que vemos em muitos círculos", pois, disse, existe a "sensação de que os homens jovens, negros em particular, são prescindíveis.

Para Sharpton, "há um aspecto racial nisto, assim como um aspecto de classe".

A polícia do condado de St. Louis relatou em um boletim inicial que Brown teria agredido fisicamente o agente envolvido e tentou tomar sua arma de dentro do veículo da polícia.

Porém, duas testemunhas fizeram relatos muito diferentes. Segundo uma delas, Piaget Crenshaw, a polícia fez uma perseguição implacável e com o "uso da força" ao jovem.

Mais além, essa testemunha afirmou que o jovem "corria para escapar da morte" quando foi alvejado por tiros e cessou de correr. Levantou seus braços para que soubessem que estava desarmado mas, mesmo assim, ainda levou mais dois tiros e, em seguida, "foi ao chão e morreu".

Os moradores de Ferguson descrevem a irritação atual como resultado de anos e anos de relações tensas entre o departamento da polícia local, de maioria branca, e sua população, de maioria negra, segundo indica o Post.

Michael Brown havia concluído recentemente os estudos secundários e deveria iniciar na próxima segunda-feira os estudos na universidade local.

Sua mãe, Lesley McSpadden, afirmou que ele não incomodava ninguém e fez a pergunta: "Eles têm outra vida para dar ao meu filho, para fazer com que ele retorne?"

Enquanto isso, o consenso entre os próprios habitantes, os líderes comunitários e jornalistas é que esse mal-estar, que se apoderou da cidade nos últimos dias, só está começando.


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