A maior parte da população, negra, continua na pobreza. Boa parte sem acesso a serviços públicos básicos, como saneamento básico e educação pública, enquanto a minoria branca, cerca de 9% da população, vive em um padrão de primeiro mundo.
Em média, os salários dos brancos são quatro vezes maiores do que os dos negros. Enquanto os negros recebem 2400 rands, os brancos recebem 10 mil, em média. 3 mil rands equivalem a 210 euros.
Geograficamente, a situação se apresenta de maneira familiar para os brasileiros. Lado a lado com bairros de ricaços cheios de mansões, ergueram-se grandes favelas, onde os pobres se empilham uns sobre os outros em ocupações de terrenos.
Outra questão sensível é a divisão de terras. O apartheid separava 90% das terras para os brancos. Desde então, os brancos continuaram com a maior parte das terras. O programa do governo para resolver isso é a compra de terras dos brancos pelo Estado. Desse modo, os brancos elevam os preços e a dívida pública se eleva, o que deixa o processo mais lento.
Diante disso, o CNA começa a perder a popularidade que tinha por supostamente ter acabado com o apartheid. Na verdade, o “fim” do apartheid foi uma manobra para refrear o movimento da maioria negra, que estava pronta para tomar o poder à força.