Este mau lema é umha só palavra: Meligalas. umha palavra repetida até a ronqueira, um estado de ânimo que indica bem às claras o que "a gente", ou umha parte muito significativa de "a gente", quer fazer com a outra direita, ou seja, com Syriza. umha palavra, umha só, monótona, insistente, sintomática: Meligalas, Me-li-ga-as, Me-li-ga-as, Me-li-gás-as.
Meligalas é umha cidade que está situada no Poloponeso, no sul da Grécia. É umha cidade pequena, mas simbólica na história da luita antifascista na Grécia. Quando os alemáns fogem do país, em 1944, ficavam grupos paramilitares conhecidos como Batalhons de Segurança, criados e financiados polos nazis e de aberta simpatia com eles. Estes colaboracionistas, responsáveis pola morte de milhares de gregos, fizeram de Meligalas o sua capital. Em Setembro de 1944, a guerrilha do Exército Nacional de Libertaçom Popular (ÉLAS), dirigida por Aris Velujiotis, atacou Meligalas trás assassinar os colaboracionistas aos membros da resistência antifascista da cidade. O ELAS nom tivo piedade com os colaboracionistas e vários deles foram linchados, literalmente, polos habitantes de Meligalas.
O que se ouça agora o nome de Meligalas nas manifestaçons é bom, muito bom. pom de manifesto como estám os ânimos e como "a gente", ou umha parte muito importante de "a gente", considera colaboracionistas do neonazismo imperante na UE a Syriza e a Tsipras. Esta outra direita está a ocupar o mesmo lugar que os colaboracionistas nazistas de 1940-44. E assim há que tratá-la. Na Grécia e em todas partes.
Agora vai resultar que o único vermelho do governo de Syriza era Varoufakis, o ministro de Economia que demitiu trás o referendo do dia 5 e que tantos preocupaçons de cabeça causou a "as Instituiçons", antes telefonemas Troika. Tsipras assinou a humilhaçom da Grécia, como o pago com letras de câmbio até que haja financiamento do Banco Central Europeu.
A humilhaçom de Syriza passará aos livros de história da chamada esquerda. Há cousas no documento e pom os pelos de ponta, como a rebaixa das pensons, o aumento da idade de jubilaçom (com um apoio implícito a nom fazer caso da resoluçom do Tribunal Constitucional de 2012 sobre as pensons, um ano no que governava a direita clássica, e que deitava por terra umha reduçom das mesmas), a aceleraçom das execuçons hipotecarias e os desafiuzamentos (fala-se textualmente de acçom decisiva contra a morosidade"), a abertura maciça de comércios em domingo, a privatizaçom da rede eléctrica, a modificaçom da negociaçom colectiva (umha das batalhas históricas do capitalismo para tirar peso aos sindicatos), a implantaçom do despedimento colectivo, a precarizaçom dos contratos de trabalho, a implantaçom de medidas "para umha maior e melhor governabilidade dos bancos" (é dizer, o governo grego terá zero controlo sobre eles), privatizaçons a grande escala (até os 50.000 milhons de euros), despedimento de funcionários e o mais surpreendente: "a modificaçom das medidas legislativas que se introduziram em contra do acordo [assinado com o governo anterior da direita clássica de Nova Democracia] o 20 de Fevereiro [já com Syriza no governo]", é dizer,chimpar ao lixo as disposiçons supostamente progres que Syriza aprovara neste cinco meses.
Hoje vota-se e há umha pequena rebelióm de Syriza que será liquidada com o abraço das duas direitas, a clássica e a outra direita que representa hoje Syriza. O governo de unidade nacional que existe de facto está a trabalhar a cem e há inquéritos nas que se di que Tsipras conta com o apoio de 72% da populaçom. É dizer, que toda a direita clássica em bloco apoia a Tsipras, que é agora o seu candidato ideal.
Por isso parecia-me importante fixar-me numha ma lema, nessa ma lema que se ouve nas manifestaçons: Meligalas. O que representa está na memória, esperemos que viva, da Grécia.
El Lince