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cristianacosta21União Europeia - Diário Liberdade - [Alejandro Acosta, Fotos de Cristian Acosta] O campo de extermínio de Auschwitz foi a maior máquina industrial de assassinatos em massa que o mundo já conheceu. Eram três campos. O primeiro é o que aparece nos filmes. Hoje, são vários conjuntos de prédios, um do lado do outro, totalmente reconstruídos, e com exposições em vários deles. O clima que o lugar passa está muito distante do que foi a realidade, conforme vários testemunhos de sobreviventes. Já o Campo 2 é horroroso em todos os sentidos.


Berkinau se encontra a apenas dois quilômetros do Campo 1. A extensão é gigantesca, vários quilômetros quadrados. Estava cheio de câmaras de gás, crematórios, locais para queimarem os prisioneiros ao ar livre etc. Aqui aconteceu a única revolta armada, quando um grupo de 450 poloneses, prisioneiros políticos responsáveis por despejar as cinzas dos cremados, enfrentou a SS.

A extrema-direita é como um cachorro louco. Ela se encontra acorrentada. Quando ela é colocada em cena, fica difícil controlá-la.

Galeria fotográfica de Cristian Acosta - Auschwitz

A propaganda demagógica da extrema-direita

A extrema-direita europeia raramente reivindica o nazismo. O máximo que chega a fazer é compará-lo com o estalinismo e dizer que Stalin matou tanta gente como Hitler. As clássicas bandeiras levantadas são o repúdio dos imigrantes, principalmente dos ciganos e outras minorias, contra a União Europeia e contra os planos de austeridade. Sobre esta base, tenta estabelecer uma base eleitoral, principalmente na classe média. 

Ainda não apareceram na Europa milícias fascistas de peso. Algumas tentativas têm recuado. Na Grécia, o Aurora Dourada precisou de uma ajudazinha do estado para evitar ser massacrado, após alguns dos seus militantes terem assassinado um conhecido cantor de rap. Mas a demagogia fascista não deve ser confundida com o caráter de classe do fascismo.

O fascismo representa a ideologia da classe média desesperada perante o aprofundamento da crise capitalista. Ele tenta promover o apoio recrutando elementos de classe média e lumpens, que estão na margem da sociedade, com o objetivo de promover tropas de choque que lhe possibilitem chegar ao poder. Assim aconteceu na Itália, na Alemanha e, mais recentemente, o caso clássico foi visto na Ucrânia.

Quando o fascismo chega ao poder, alavancado pelo apoio econômico do grande capital, ele se burocratiza rapidamente e passa a se valer do aparato de estado. Hitler, em pouco tempo, liquidou as SA e as substituiu pelas SS. No Estado Novo (1937-1945), no Brasil, Getúlio Vargas colocou de lado o Integralismo. Na Ucrânia, os atuais seguidores de Stepan Bandeira foram contidos pelo imperialismo europeu e norte-americano, apesar de terem vários cargos muito importantes no governo (como o primeiro-ministro, que é um figurão do partido de extrema-direita Svoboda).

Um novo colapso capitalista no próximo período

Para o próximo período, está colocado um novo colapso econômico de dimensões muito maiores que o de 2008. O endividamento público atingiu níveis apocalípticos, o que dificultará o resgate das empresas em bancarrota. Segundo um relatório do Congresso dos Estados Unidos, somente entre 2007 e 2010, foram usados US$ 16 trilhões para salvar os monopólios. Não por acaso, a dívida pública norte-americana acumulou, nos dois governos de Barack Obama, o triplo do que tinha sido acumulado em 250 anos; passou de US$ 6 trilhões para mais de US$ 18 trilhões.

A especulação financeira representa o coração do capitalismo. Somente os ultranefastos derivativos financeiros movimentam 15 vezes o PIB total da economia mundial. Para isso, os monopólios contam com repasses ilimitados de dinheiro dos bancos centrais a taxa próximas a 0% e, em alguns países, negativas. O conhecido economista Nouriel Roubini, que previu o colapso de 2008 em detalhes, já em 2006, previu, no início deste ano, para o próximo ano, o estouro da mãe das bolhas financeiras (justamente, as emissões obscenas de dinheiro podre) que deverá implodir as demais bolhas e provocar uma nova crise mundial que fará parecer todas as anteriores um jogo de crianças.

Para as 150 famílias que dominam o mundo, ou seja, a burguesia que controla os monopólios, que são os donos da economia mundial, se trata de uma operação de “salve-se quem puder”. Tudo é válido para salvar os privilégios. Se for preciso matar mais um milhão de pessoas para se apoderar do petróleo no Iraque, qual é o problema? E da mesma maneira, qual seria o problema de matar mais 100 milhões de pessoas, ou mais, numa nova guerra nuclear?

Fascismo: arma dos monopólios contra o movimento operário

O fascismo é um fenômeno que deverá continuar crescendo no próximo período. Ainda usando altas doses de demagogia. A demagogia também foi usada em altas doses por Hitler, assim como é usada hoje em doses talvez maiores. Não se trata de um problema moral, mas de um problema objetivo, material, que tem a base na economia.

A pacificação das massas, tal como ainda a conhecemos hoje, se tornará, inevitavelmente, no futuro, coisa do passado. E como a burguesia poderá contê-la? A resposta está justamente no fascismo.

A única maneira efetiva para enfrentar o fascismo é nas ruas. Quem pode enfrentá-lo são os trabalhadores que representam a esmagadora maioria da população. Mas para isso, eles precisam acordar. E o melhor despertador é o aprofundamento da crise econômica.

Eu sempre me lembro de um comandante que tivemos a oportunidade de conhecer, recentemente, em Donetsk. Ele era um simples programador de um banco estrangeiro. Quando ele viu o que os fascistas estavam promovendo a partir de Kiev, a capital da Ucrânia, simplesmente largou tudo, se juntou com mais 20 amigos, pegou em armas e se tornou um dos melhores comandantes em menos de um ano. A ascensão operária deverá evoluir, nos países avançados, de maneira similar. Quando “a água bater na bunda”, a situação material impulsionará a classe operária à luta. A burguesia tentará se valer do fascismo para conter a revolução.

O enfrentamento aberto das classes sociais antagônicas tem como base a economia. Se trata de um fenômeno histórico que não depende de uma ou outra pessoa. A roda da história avança sempre para frente.

Alejandro Acosta está atualmente na Rússia acompanhando os acontecimentos geopolíticos na região como jornalista independente.


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