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060415 presoEstados Unidos - Diário Esquerda - Anthony Ray Hinton, homem negro injustamente condenado a morte em 1985 pelo suposto assassinato de duas pessoas no Alabama, nos Estados Unidos, foi libertado nesta sexta-feira após 30 anos preso, após ter sua inocência provada em novo julgamento.


Amigos e familiares receberam Hinton, agora com 59 anos, em sua saída da prisão de Jefferson County, localizada na cidade de Birmingham.

O caso do agora homem-livre, remonta a uma onda de violentos assaltos a lanchonetes da região, e em que foram assassinados gerentes de diferentes estabelecimentos, John Davidson e de Thomas Wayne Vason.

Um funcionário de um dos locais assaltados, ficou ferido e diz ter reconhecido Hinton como responsável por uma das mortes. O testemunho e uma arma achada na casa da mãe do suspeito, serviram para que a promotoria incriminasse Hilton.

A pistola, segundo os advogados de acusação teria sido utilizado para matar os proprietários e ainda cometer um terceiro crime. Hinton acabou condenado a morte, mesmo sem ter antecedentes e após superar um depoimento com polígrafo.

Em 2002, um grupo de advogados que se organizam pelo igual direito à justiça de todos os cidadãos, demostraram que a pistola achada na casa da mãe de Hinton não foi a mesma utilizada nos homicídios, e a partir daí iniciou batalha para a Suprema Corte reabrir o caso, o que só aconteceu no ano passado.

A defesa ainda provou que os promotores que atuaram no caso tinham histórico de discriminação racial, o que contaminou o julgamento, pois o acusado era negro. Além disso, os advogados de Hinton questionaram a qualidade do representante público que foi designado a defendê-lo.

Depois da sentença que declarou Hinton inocente, o juiz do caso ordenou sua soltura ontem, o que acabou sendo acatado hoje. Este é o 152º preso que estava no "corredor da morte", a ser libertado, segundo dados de uma ONG americana.

Este é mais um caso que revela o caráter do sistema judiciário capitalista, estruturado no ódio de classe e no racismo.

O governo dos EUA roubou 30 anos da vida deste senhor, por ser negro, foi incriminado por um assassinato que não cometeu. No Brasil, este seria mais um caso que, se não fosse exterminado antes de ter o direito de ser julgado, seria esquecido dentro dos presídios superlotados.

Os EUA é o segundo país com maior população carcerária no mundo e a maior negra. O Brasil vem logo atrás. É mais uma mostra de como a redução da maioridade penal no Brasil vai funcionar tão mal para os trabalhadores e jovens negros como funciona mal nos EUA.


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