Até o "papa" Bergoglio, que falou em "emergência social", mas não disse uma palavra sequer sobre as movimentações, sobretudo dos chefes dos países centrais da Europa do capital monopolista, visando manejar a insegurança em todos os níveis da vida instalada pela crise e pela "austeridade" para, de forma sub-reptícia, disseminar e institucionalizar a xenofobia, criando as condições e preparando o terreno para a eclosão de episódios como os de meados de novembro na Itália.
Na Alemanha, além de pretender criar leis que lhe permitam expulsar do país estrangeiros que fiquem mais de três meses desempregados, a administração Angela Merkel quer ter sempre à mão também a possibilidade de deportar imigrantes que "abusem" dos seus direitos, nomeadamente os direitos que se referem ao recebimento de prestações sociais, em ameaça dirigida sobretudo aos trabalhadores búlgaros e romenos, que, desde o dia 1° de janeiro de 2014, podem circular em busca de trabalho por todos os países-membros da UE.
Segundo a administração da senhora Merkel, o peso dos pagamentos de direitos e a prestação de serviços públicos de educação e saúde a cidadãos do Leste Europeu está "esmagando" os orçamentos de algumas regiões da Alemanha, ainda que dados do próprio ministério alemão do Interior informem que búlgaros e romenos constituam apenas 0,7% das pessoas que têm acesso a direitos como estes.