No dia 29 de novembro, a Frente Nacional (FN), partido de extrema-direita da França, elegeu novamente Marine Le Pen como sua liderança máxima. É a última eleição para o cargo no Partido que acontecerá antes das eleições presidenciais francesas, que acontecerão em 2017. A extrema direita como o partido favorito de acordo com as pesquisas.
O colapso capitalista de 2007-2008 representou o colapso das políticas neoliberais e levou a direita tradicional à crise terminal. Entre 2008 e 2011, houve um período intermediário onde foram colocados em pé mecanismos de contenção baseados na inundação do mercado de crédito e a disparada do repasse de recursos públicos com o objetivo de garantir os lucros dos capitalistas. Esses mecanismos entraram em colapso no ano passado.
O gigantesco parasitismo do capitalismo, onde a especulação financeira é o coração da economia, impede a estruturação de uma nova política. A única "saída" para manter os lucros dos capitalistas é em cima de uma política de força por conta de que o aumento dos ataques contra as massas trabalhadoras está sendo muito dificultado devido à crescente resistência das massas.
O ascenso da extrema-direita se dá fundamentalmente por vias extraparlamentares, mas a burguesia europeia está tentando desenvolver movimentos de massas de apoio, principalmente nas camadas médias da pequeno-burguesia, com o objetivo de ascender também pela via eleitoral.
A esquerda está fraca, mas a direita tradicional está pior. Por esse motivo, a burguesia busca controlar o regime por fora das instituições. Ambos setores refletem a crise do regime burguês de conjunto, fortemente impactado pelo enfraquecimento da base material, aprofundada pela crise capitalista.
A direita não aceita ter sido apeada do poder e, por isso, tenta estruturar uma base militante, com base no poder econômico, e mobilizá-la nas ruas, contra a maioria parlamentar do PSF. Esse projeto de "ilegitimização" está em marcha não somente na França, mas em escala mundial. Atua inclusive de maneira muito forte na América Latina. É o que está acontecendo no Brasil, na Venezuela e em todos os países.