No último sábado, 16 de agosto, neonazistas atacaram duas escolas de imigrantes na Grécia. As agressões aconteceram na cidade de Kokinia, ao sudoeste da capital, Atenas. Os neonazistas fizeram pichações racistas e roubaram objetos. A data do ataque marcava o 70º dia de uma execução em massa perpetrada pelos nazistas em Kokinia, um importante foco de resistência à ocupação alemã, em 1944.
Em um comunicado, o Pasok, Partido Socialista que faz parte do governo de coalizão, declarou: “As agressões dos neonazistas e criminosos do Aurora Dourada não impedirão a ajuda dos professores aos imigrantes, que chegam ao nosso país em busca de uma vida melhor”. Neonazistas ligados ao partido Aurora Dourada estiveram envolvidos, em setembro de 2013, no assassinato de um rapper antifascista, Pavlos Fyssas.
Depois do assassinato de Fyssas, três militantes neonazistas foram assassinados em frente à sede do partido. A resposta do governo grego para o assassinato de Pavlos Fissas foi a prisão de líderes e políticos do Aurora Dourada sem relação direta com esse crime. O mesmo estado que fomentou o crescimento dos fascistas pretendia tomar para si a tarefa de supostamente desmantelar o partido fascista contra as leis.
Essa manobra tinha dois objetivos: um era conter a revolta popular contra o Aurora Dourada, evitando que a própria população acabasse com os fascistas; o outro era fortalecer o próprio estado burguês grego, abrindo um precedente antidemocrático para o regime agir politicamente por fora da lei. Passado menos de um ano, o Aurora Dourada mostra o quanto ainda está ativo, e até fortalecido eleitoralmente, depois de eleger eurodeputados em maio. É uma carta na manga da burguesia pronta para ser usada contra os trabalhadores.