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23595388112 cd6d680f94 zDiário Liberdade - [Alejandro Acosta] A principal medida será o “repasse” de US$ 100 bilhões para os países atrasados que, obviamente, os aplicarão nos créditos carbono.


Sessão plenária da COP21 para a adopção do Acordo de Paris. Foto: COP PARIS (Domínio público)

Com muito alarde foi fechada a COP21, que aconteceu em Paris entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro deste ano, com a participação dos representantes de 195 países. Os sucessores do falido Acordo de Kyoto se apresentaram como os salvadores do mundo com propostas que supostamente contribuiriam para a preservação do meio ambiente.

As medidas começarão a ser aplicadas em 2020 e serão revisadas a cada cinco anos. O objetivo seria limitar o aumento da temperatura global em 2º C e tentar fazer um esforço para limitá-la em 1,5º C. O principal instrumento para conseguir essa redução será o aporte de US$ 100 bilhões anuais para os países em desenvolvimento. É justamente nesse “instrumento” que radica o cinismo do “ecologismo burguês”.

O dinheiro que teria como destino os países atrasados para combater o aquecimento global de fato deverá ser aplicado na especulação financeira com os crédito carbono. Os países mais desenvolvidos pouco farão, além de muita propaganda, pois, devido à queda acelerada das taxas de lucro, tudo o que implicar aumento dos custos deverá ser descartado, seja por mecanismos legais ou ilegais. O recente escândalo da Volkswagen, relacionado com a manipulação dos índices das emissões dos automóveis, com certeza não é uma exceção à regra, mas a própria regra. As denúncias partiram dos Estados Unidos, e foram elaboradas com a espionagem industrial promovida pela NSA (agência nacional de segurança) com o objetivo de criar dificuldades na aproximação da Europa do Novo Caminho da Seda chinês, do qual a Rússia é o pivô em relação à Europa.

Os desastres ambientais como o que a BP (British Petroleum) provocou no Golfo do México, a exploração do gás e do petróleo a partir do xisto, a inundação do mundo com transgênicos e agrotóxicos, e o uso de petróleo e carvão como fontes de energia representam apenas algumas das amostras da farsa do ecologismo burguês. O capitalismo tem como objetivo os lucros a qualquer custo. O próprio ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, que pousava de grande ecologista, obteve enormes lucros com a especulação com os créditos carbono, da qual foi um dos principais impulsionadores.

As medidas aprovadas na COP21

O acordo da COP21 não foi aprovado com caráter vinculante por conta das pressões dos Estados Unidos. Tratam-se apenas de recomendações que não implicarão em nenhuma punição caso as metas não sejam atingidas.

Para limitar o aumento da temperatura em 2 ou 1,5 graus centígrados, o acordo considerou a aprovação de um “pico das emissões de gases de efeito estufa o antes possível” e a “neutralidade das emissões desses gases durante a segunda metade do século XXI". Esses acordos serão revisados em 2020, mas a primeira revisão obrigatória acontecerá em 2025.

Os países desenvolvidos e os mais industrializados deverão “se esforçar” para reduzir as emissões de gases de efeito estufa no curto prazo. Os países mais atrasados terão mais tempo para reduzi-los.

Os países desenvolvidos haviam prometido, em 2009, a entrega de US$ 100 bilhões para os países atrasados com o objetivo de fortalecer as energias renováveis e outras medidas de adaptação ao aquecimento, tais como diques, alertas meteorológicas e sementes resistentes à seca. Essa contribuição é “voluntária” e “complementária”.

O desastre ambiental é um dos componentes das próprias leis do capitalismo. Devido ao aprofundamento da crise capitalista, as grandes empresas estão “matando cachorro a grito” para garantir os lucros. E conforme a crise continuar se aprofundando, que é justamente o que está colocado para o próximo período, mais as “loucuras capitalistas” estarão colocadas à ordem do dia.

Alejandro Acosta é cientista social, colaborador do Diário Liberdade e escreve para seu blog pessoal.


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