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030615 fifaEsquerda Diário - O presidente da Fifa, Joseph Blatter, anunciou nesta terça-feira em entrevista coletiva que renunciará ao cargo e informou que será convocado um congresso extraordinário para escolher o novo líder da entidade, mas até lá continuará no posto.


"Apesar de ter sido apoiado em eleições, esse apoio não é compartilhado por todos. Por isso ponho meu cargo à disposição. Tomo esta decisão de renunciar para limpar a imagem da Fifa. A Fifa precisa de uma profunda reestruturação", declarou Blatter.

O suíço foi reeleito presidente na última sexta-feira, dois dias depois da detenção de sete dirigentes da Fifa na Suíça a pedido da justiça dos Estados Unidos por suposta corrupção, entre eles o então vice-presidente da CBF, José Maria Marin.

O ainda presidente da Fifa disse que continuará no cargo até a realização desse novo congresso, que ainda não tem data marcada.

"Embora os membros da Fifa tenham me reelegido presidente, parece que nesta segunda-feira não fui apoiado por todo o mundo do futebol, aqueles que inspiram a vida no futebol, como fazemos na Fifa. É por isso que convocarei um congresso extraordinário e porei à disposição meu cargo, que vai ser preenchido o mais rápido possível, e um novo presidente será eleito para me suceder", afirmou.

Tudo indica, na verdade, que a renuncia do principal mandatário da entidade que controla o futebol se deve a fato das investigações estarem cada vez mais cercando Blatter e seus aliados próximos. Nesta terça, 02, documentos comprovaram o envolvimento de Jérôme Valcke, secretário-geral da FIFA e um dos braços direitos de Blatter, com pagamento de propinas para escolha da África do Sul como sede da Copa de 2010.

As prisões e a investigação iniciada pelo FBI e pela polícia suíça na semana passada apenas vêm confirmando o que muitos já sabiam e denunciavam, mas que até agora nenhum governo tinha tido coragem de enfrentar até o final. Mesmo porque, tais esquemas não envolvem apenas cartolas das entidades ligadas ao futebol, mas também diversos políticos e grandes empresários de vários países.

Revelada parte do esquema de corrupção que funciona há mais de 30 anos na FIFA e em diversas outras confederações, a conclusão, infelizmente, não poderia ser outra: a CBF e o futebol brasileiro está envolvido até o pescoço e têm seus dirigentes máximos entre os principais "arquitetos" das fraudes.

Apesar da renuncia de Blatter e das promessas de continuação das investigações, é difícil acreditar que o futebol mundial se verá livre da corrupção enquanto estiver preso nas mãos de empresários de grandes empresas de marketing esportivo e cadeias de televisão. As recentes investigações são mais uma amostra das consequências da lógica capitalista aplicada ao futebol e ao esporte em geral.

Diante de tais fatos, estamos num oportuno momento para exigir não apenas a punição de todos os envolvidos nestes diversos casos de corrupção, mas aprofundar o questionamento sobre o funcionamento do futebol mundial, sua função política, social e a possibilidade de que seja radicalmente democratizado.


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