Nesta segunda-feira (13), o presidente francês, François Hollande, e o primeiro-ministro do país, Manuel Valls, vão se reunir com o líder do Partido da Esquerda Radical, Jean-Michel Baylet, que insiste em assinar um novo pacto de governo no qual sejam revertidas as recentes decisões do executivo.

Em particular, este grupo critica a disposição de reduzir a ajuda às famílias com mais de um filho e a eliminação de apoio financeiro para os pais que têm de pagar uma babá para cuidar de seus filhos enquanto eles trabalham. Eles também são contra o projeto de reforma da organização administrativa do país e o fim dos 54 conselhos regionais existentes atualmente.

Baylet negou que pretenda dar um ultimato ao presidente, mas reiterou a vontade em discutir e negociar mudanças nas medidas atuais.

O Partido da Esquerda Radical tem três ministros no executivo, Sylvia Pinel, Habitação; Thierry Braillard, Esporte; e Annick Girardin, Secretária de Estado do Desenvolvimento e Francofonia. Tem, também, uma dúzia de deputados na Assembleia Nacional, cujo voto foi necessário para o governo aprovar algumas leis quando os seus legisladores se abstiveram.

Esta crise aumenta a tempestade desencadeada pelo Ministro da Economia, Emmanuel Macron, que no fim de semana disse que deveria ser analisada a redução gradual dos subsídios aos desempregados, uma questão muito sensível no país devido ao aumento do desemprego.

Macron insiste nesta iniciativa, apesar do próprio Hollande ter excluído essa possibilidade por conta das reações adversas dos principais sindicatos, incluindo aliados da Confederação do Trabalho Democrático.

O desemprego na França atinge atualmente mais de três milhões de pessoas em idade ativa, o número mais elevado na história do país.